Notícia
Wall Street descarrila e Trump diz que este pode ser o "novo normal" até agosto
Foi uma segunda-feira de quedas acentuadas nos mercados. O Negócios acompanha ao minuto.
Filipinas fecham mercados
As Filipinas anunciaram esta noite que a partir de terça-feira, 17 de março, estão suspensos - até data a ver - os mercados accionistas, cambiais e obrigacionistas do país.
É o primeiro país a encerrar mercados em resposta à crise do novo coronavírus, que tem gerado uma forte volatilidade na negociação e eclipsado das bolsas biliões de dólares.
Nos EUA defendia-se na segunda-feira, 16 de março, essa possibilidade, mas muitos economistas consideram que não é a maneira certa de restaurar a confiança dos investidores.
Bolsas norte-americanas descarrilam
As bolsas norte-americanas voltaram a afundar, depois de na sexta-feira terem disparado à conta do decretado estado de emergência nos EUA.
O Dow Jones encerrou a mergulhar 12,94% (2.999,10 pontos) para 20.186,52 pontos. A queda em pontos foi a mais acentuada da sua história e foi intensificada a minutos do fecho da sessão, depois de Donald Trump dizer que este "novo normal" pode durar até agosto.
O presidente norte-americano também disse que o vírus "não está controlado" e reconheceu que a economia do país pode estar a mergulhar numa recessão.
Já o Standard & Poor’s 500 afundou 11,98% para 2.386,11 pontos. Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite derrapou 12,32% para 6.904,59 pontos.
As bolsas do outro lado do Atlântico registaram assim a sua pior sessão desde a passada quinta-feira (12 de março), quando tiveram as maiores quedas diárias desde a segunda-feira negra do crash de 19 de outubro de 1987.
"Apesar de isto poder soar muito mal, é somente a pior sessão desde quinta-feira. É uma espécie de ‘novo normal’ – fortes oscilações no mercado – a que os investidores terão de se habituar", sublinha a CNN Business.
As bolsas de todo o mundo têm sido bastante castigadas desde o início da pandemia covid-19, já que os investidores têm preferido apostar em ativos mais seguros, como as obrigações e algumas moedas (iene e franco suíço, por exemplo).
Esta segunda-feira intensificaram as quedas, depois de ontem a Reserva Federal norte-americana ter decidido um novo corte surpresa dos juros, de 100 pontos base, para um intervalo entre 0% e 0,25%, quando já tinha cortado em 50 pontos no passado dia 3 de Março – já que a medida deixou os investidores pouco tranquilos quanto ao impacto económico do novo coronavírus.
A covid-19 tem provocado uma enorme volatilidade nos mercados, com os índices norte-americanos a registarem na semana passada as primeiras oscilações de 9%, tanto para cima como para baixo, o que não acontecia desde a Grande Depressão.
O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq Composite entraram em "bear market" na semana passada, a perderem mais de 20% face aos últimos máximos (que foram também históricos, tendo sido estabelecidos em meados de fevereiro).
Dow afunda 2.800 pontos
O Dow Jones afundou 2.800 pontos, a minutos do fecho da sessão, depois de Donald Trump dizer que este "novo normal" pode durar até agosto.
Trata-se da queda mais acentuada, em pontos, da história deste índice.
Economistas contra fecho dos mercados
A perturbação nos mercados tem sido persistente e esta semana, pelo que hoje se observou, não se afigura melhor. Por isso mesmo, há já quem defenda um encerramento temporário das bolsas norte-americanas, mas muitos economistas dizem que isso não ajudará à confiança dos investidores.
"Encerrar não é, de modo algum, uma forma de restaurar a confiança", disse à CNN Business o economista-chefe do departamento de mercados da Capital Economics, John Higgins.
As bolsas continuaram a funcionar durante a crise financeira de 2008 e aquando do estoiro da bolha tecnológica [das chamadas dot.com] em 2000, e também durante a Grande Depressão, relembrou Higgins.
Também a presidente da Bolsa de Nova Iorque, Stacey Cunningham, publicou um tweet dizendo ser importante que os mercados continuem abertos e a funcionar de maneira ordenada.
It is important for the markets to remain open, and for them to function in a fair and orderly manner, as they have been. (1/3)
— Stacey Cunningham (@stacey_cunning) March 16, 2020
Juros de Portugal ultrapassam barreira de 1%
Os juros da dívida nacional com maturidade a dez anos estão a escalar e chegaram a ultrapassar a barreira dos 1% no meio da sessão, tocando em máximos de maio do ano passado. Por esta altura a "yield" de referência das obrigações portuguesas dispara 23,9 pontos base para os 1,043%.
O mercado de obrigações não escapa à aversão ao risco generalizada por parte dos investidores e este cenário espalha-se também nos restantes países da Zona Euro. Na Alemanha, a referência para o bloco central, os juros a dez anos sobem 8,2 pontos base para os -0,469%.
Wall Street afunda 9%
Os principais índices bolsistas norte-americanos prosseguem o movimento de queda.
O Standard & Poor's 500 segue a mergulhar 8,88%, para 2.470,30 pontos, o Dow Jones cai 9,07% para 21.081,94 pontos, e o Nasdaq Composite afunda 9,06% para 7.160,98 pontos.
Libra em mínimos de cinco meses. Euro galga terreno ao dólar
A libra estrelina recuou para mínimos de outubro do ano passado face ao dólar, depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) ter anunciado novos cortes de emergência na taxa de juro diretora do país. Nesta altura, a divisa britânica deprecia para os 1,2215 dólares.
Em sentido contrário, o euro ganhou terreno ao dólar norte-americano, ao valorizar 0,47% para os 1,1159 dólares - beneficiando também com o corte por parte da Fed. Kenneth Broux, analista de forex da Société Générale dise à Reuters que "a moeda única da União Europeia está a ser vista como um ativo seguro face às rivais".
Para a semana, prevê-se que o Banco da Inglaterra anuncie mais medidas de estímulo na sua reunião, marcada para 26 de março, incluindo potencialmente reduzir ainda mais as taxas ou reiniciar p programa de QE ("quantitativa easing"). Segundo a Reuters, os mercados monetários já estão a precificar uma probabilidade de quase 30% de 25 pontos base.
Petróleo em queda livre para os 30 dólares. É um mínimo desde 2016
Depois de na sexta-feira passada, os preços do petróleo terem registado a maior desvalorização semanal desde 2008, hoje o cenário continua a agravar-se. O Brent, que serve de referência para Portugal tomba 9,81% para os 30,53 dólares por barril, ao passo que o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) recua 6,11% para os 29,79 dólares.
O CFO ("chief financial officer") da petrolífera estatal saudita Saudi Aramco veio dizer que a empresa estava muito confortável com o preço do barril de petróleo a rondar os 30 dólares, o que agravou ainda mais as perdas no mercado petrolífero. Isto numa altura em que a procura pela matéria-prima continua a ser revista em baixa pelas principais instituições petrolíferas do mundo. Na semana passada, a OPEP e a IEA (Agência Internacional de Energia) alertaram para o rombo na procura durante este ano.
O derrame nos preços foi iniciado no início da semana passada, depois de um dos principais produtores, a Arábia Saudita, ter decidido que iria inundar o mercado com mais barris como forma de pressão à Rússia.
PSI-20 fecha a cair mais de 4% mas afasta-se dos mínimos da sessão
A bolsa nacional fechou em queda acentuada, mas com perdas bem inferiores aos mínimos da sessão, com uma recuperação na parte final da sessão que acompanhou a tendência seguida nas restantes bolsas mundiais.
O PSI-20 fechou a sessão a cair 4,36% para 3.670,03 pontos, sendo que a meio da sessão chegou a cair 7,57% para 3.547,01 pontos, o valor mais baixo desde 1993, ano em que o índice foi criado.
Depois de três semanas de desvalorizações muito acentuadas e forte volatilidade nas bolsas mundiais, as ações arrancaram a semana de novo em queda livre, com os investidores assustados com a paralisação de muitas economias devido à propagação do coronavírus e ao corte de emergência dos juros da Reserva Federal (100 pontos).
Ouro cai pela quinta sessão para menos de 1.500 dólares
O ouro, que tende a beneficiar de turbulência nos mercados de ações, devido à sua posição de refúgio (considerado um ativo mais seguro) não tem conseguido escapar às quedas gerais nos mercados e desvaloriza pela quinta sessão consecutiva.
O metal precioso desvaloriza 1,59% para os 1.505,45 dólares por onça, um valor mínimo desde 20 de dezembro de 2018. Neste patamar, significa que o ouro negoceia abaixo do nível médio móvel de 200 dias.
Desde que atingiu um pico nos 1.700 dólares por onça, no início da semana passada, o ouro já depreciou 200 dólares, mostrando que não está imune ao efeito do SARS-CoV-2.
Bolsas reduzem perdas a metade
Duas horas depois da abertura de Wall Street, as bolsas europeias e norte-americanas estão a reduzir as perdas de forma substancial, com alguns índices a marcarem desvalorizações de cerca de metade do registado nos mínimos da sessão.
Em Wall Street os índices estão agora a perder cerca de 7%. Na Europa o Stoxx600 desce 4,16%, bem menos que os 10,13% que chegou a registar, altura em que recuou para mínimos de 2012.
Em Lisboa o PSI-20 desce 4,44%. O índice português já esteve a descer 7,57%.
Dow Jones já recua mais de 30% desde máximo histórico
Depois de ter entrado em "bear market" (descida de 10% face a máximos) na semana passada, o Dow Jones já recua mais de 30% face aos máximos historicos que atingiu no mês passado. A desvalorização nas últimas sessões tem sido vertiginosa, como é visível no gráfico em baixo.
Ponto de situação dos mercados
Stoxx600 recua 10,06%
PSI-20 desce 6,45%
DAX (Frankfurt) deprecia 10,32%
IBEX (Madrid) desvaloriza 11,68%
FTSE MIB (Itália) cai 10,46%
FTSE (Londres) perde 8,43%
S&P500 cai 10,75%
Nikkei (Japão) cedeu 2,46% para 17.002,4 pontos
S&P/ASX 200 (Austrália) derrapou 9,13%
CSI 300 (China) registou um decréscimo de 4,3%
MATÉRIAS-PRIMAS
WTI (Nova Iorque) afunda 7,7% para 29,3 dólares
Brent (Londres) mergulha 10,16%
Dow Jones com maior queda desde 1987
O Dow Jones continuou a afundar depois da abertura e já desvaloriza 12%. Segundo a Bloomberg, este que é um dos índices mais antigos e conhecidos do mundo está a registar a queda mais acentuada desde 1987, quando aconteceu a célebre "black monday".
Bolsas europeias aceleram perdas e Wall Street também afunda perto de 10%
O cenário já negro nos mercados acionistas deteriorou-se na abertura de Wall Street. Os principais índices de Wall Street também marcam perdas próximas dos dois dígitos, o que obrigou à suspensão da negociação logo depois da abertura.
Com os investidores a saírem em massa dos ativos de risco, o Dow Jones está a recuar 9,71% poucos minutos depois da abertura.
Na Europa há índices com perdas ainda mais acentuadas. O Stoxx600 desvaloriza 9,46% e está perto da maior queda de sempre registada na quinta-feira (cerca de 11%). O Ibex de Madrid, o CAC de Paris e os índices das bolsas de Milão e Atenas caem mais de 10%.
Em Lisboa o PSI-20 segue ainda assim com um desempenho menos negativo. O índice português desvaloriza 6,87% e já atingiu mínimos desde 1993, o ano em que foi criado.
Fora da Europa também há índices com quedas de dois dígitos. É o caso da Bolsa do Canadá e a brasileira, onde a negociação também já foi suspensa.
Brent abaixo dos 30 dólares
A cotação do Brent, de Londres e que serve de referência para Portugal, está a cotar abaixo dos 30 dólares, o que acontece pela primeira vez desde 2016, segundo avançou a Bloomberg.
A queda do petróleo continua a acentuar-se. A descida de 25,23% que se contabilizou no final da última semana – a maior desde 2008 - é reforçada hoje.
Não apenas está a haver uma diminuição da procura por esta matéria-prima, como ainda está em vigor uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia que visa aumentar a oferta do "ouro negro".
Juros de Portugal a 10 anos voltam a 1%
Os juros da dívida portuguesa, a 10 anos, voltou ao patamar de 1%. Segundo a Bloomberg, os juros portugueses subiram para 1%, o que acontece pela primeira vez desde maio do ano passado.
As taxas de juro da periferia têm-se agravado nos últimos dias, com os receios dos investidores por ativos com maior risco, como ainda são percecionadas as obrigações soberanas de países como Portugal, Espanha e Itália.
A taxa a 10 anos portuguesas está a subir mais de 18 pontos base. Enquanto a de Itália evolui a um ritmo de 20 pontos base e as de Espanha em 17 pontos base.
A Alemanha, apesar de ser considerada refúgio, também está a ver as suas "yields" na dívida transacionada no mercado secundário a subir, mas de forma mais ligeira.
Volatilidade em Wall Street em máximo de 2009
O VIX - Volatility Index, que mede a volatilidade no índice norte-americano de referência S&P500, atingiu o nível mais elevado desde 2009.
O VIX, conhecido como o "barómetro do medo em Wall Street", disparou para os 57,9 esta segunda-feira, superando o pico da semana anterior.
O S&P500 registou na semana passada a maior quebra desde 1987 mas, na sexta-feira, chegou a subir 9,29%, contrariando perdas na mesma medida da sessão anterior.
A criar nervosismo entre os investidores está a contínua propagação do coronavírus e o impacto na economia, que este fim-de-semana levou a Fed a um corte expressivo nas taxas de juro que as colocou em níveis historicamente baixos.
Petróleo reforça perdas após pior semana desde 2008
A queda a pique do petróleo continua a acentuar-se. A descida de 25,23% que se contabilizou no final da última semana – a maior desde 2008 - é reforçada hoje por um recuo de 6,91% para os 31,51 dólares, que já chegou a ser de 7,59% para os 31,28 dólares, ficando muito próximo dos mínimos de fevereiro de 2016.
A desvalorização da matéria-prima alarga-se numa altura em que as medidas para a contenção do surto de coronavírus ditam uma diminuição da procura pelo petróleo. A redução na procura vem somar-se à quebra pelo excesso de oferta que se registou no início da semana passada, depois de um dos principais produtores, a Arábia Saudita, ter decidido que iria inundar o mercado com mais barris como forma de pressão à Rússia. Contudo, na sexta-feira, o ministro da Energia russo, Alexandre Novak, declarou que não "fecha a porta" à aliança entre o cartel dos maiores exportadores e a Rússia para estabilizar o mercado do petróleo.
Dólar afunda com corte da Fed
O dólar está a ser fortemente penalizado devido à descida dos juros por parte da Reserva Federal. O índice do dólar está a recuar 0,4%, enquanto o euro valoriza 0,89% para 1,1206 dólares. Já a moeda japonesa continua a servir de refúgio. O iene está a disparar 1,6% para 105,95 por dólar.
Juros dos periféricos disparam. Taxa de Portugal a caminho de 1%
A aversão dos investidores ao risco está a penalizar também as obrigações soberanas dos países periféricos, com os juros da dívida portuguesa a dispararem, tal como acontece em Espanha e Itália.
A yield das obrigações do Tesouro a 10 anos está a disparar 14,8 pontos base para 0,95%. Está a caminho de 1% e em máximos de maio do ano passado. Em Espanha a taxa de juro dos títulos com a mesma maturidade está a subir 13,4 pontos base para 0,74% e em Itália agravam-se 21,8 pontos base para 2%.
Mesmo as obrigações consideradas mais seguras estão apenas com descidas ligeiras nos juros, mostrando que nesta altura os investidores estão a fugir de quase todos os ativos, mesmo os considerados de refúgio. A taxa das obrigações alemãs a 10 anos está a descer 1,1 pontos base para 0,56% e a yield dos títulos dos EUA com a mesma maturidade recua 2,5 pontos base para 0,38%.
Ouro recupera com ajuda da Fed. Paládio mantém deslize
O metal amarelo está a subir 0,49% para os 1.537,39 dólares por onça. O ativo refúgio beneficia do corte de juros decidido pela Reserva federal norte-americana, que tira valor a um refúgio concorrente, o dólar.
Esta subida marca uma inversão face às últimas quatro sessões, todas no vermelho, e as quais contribuíram para uma quebra semanal de 8,60%, a maior desde 1983, que deixou o ouro em mínimos de dezembro do ano passado.
Apesar de ouro voltar a brilhar no verde, nem todos os metais preciosos têm a mesma sorte. O paládio, que na sexta-feira 6 de março cotava acima dos 2.500 dólares, reforça agora as quebras em 1,38% para os 1787,87 dólares por onça. Este metal desce há cinco sessões consecutivas e, no acumulado da semana passada, perdeu mesmo quase 30%.
Bolsas europeias afundam perto de 10%
Os investidores estão a fugir das ações europeias, provocando um verdadeiro "sell off" nas praças europeias, com os índices a afundarem com a mesma profundidade do que na quinta-feira, quando vários sofreram as quedas mais violentas de sempre.
É o caso do Stoxx600, que desce 8,07% para 275,02 pontos, o valor mais baixo desde 1992. Este índice, que serve de referência para as bolsas europeias, afundou cerca de 11% na quinta-feira, o que representa a descida mais acentuada de sempre deste índice.
Nos índices nacionais as quedas aproximam-se rapidamente dos dois dígitos, com as desvalorizações a serem mais intensas nos países onde o coronavírus está propagar-se de forma mais acentuada. É o caso do IBEX (bolsa espanhola), que desvaloriza 9,68%; da bolsa de Milão, que desce 7,59%, ou da praça de Paris (CAC afunda 9,04%).
Os investidores estão já a descontar um cenário de recessão acentuada na economia europeia (e mundial), que parece agora inevitável numa altura em que vários países estão a decretar medidas de paralisação quase total e as empresas estão a suspender atividade ou a laborar apenas em serviços mínimos.
Nem a intervenção de emergência da Fed (que cortou os juros em 100 pontos base) está a servir para tranquilizar os investidores.
"Em circunstâncias normais, uma intervenção como esta de larga escala da política monetária colocaria um limite no risco dos ativos, o que suportaria uma recuperação", escreveu Jason Daw, do Societe Generale. Contudo, a dimensão do choque no crescimento está a ficar exponencial e os mercados estão, de Roma legitima, a questionar o que mais a politica monetária pode fazer e a descontar a sua eficácia na mitigação do impacto económico do corornavírus".
Desempenho dos principais índices:
Stoxx600 recua 8,07% para 275,02 pontos
PSI-20 desce 5,3% para 3.633,98 pontos
IBEX desvaloriza 8,68% para 6.054,3 pontos
FTSE cai 7,42% para 4.967,8 pontos
CAC desvaloriza 9,04% para 3.746,23 pontos
PSI-20 afunda para mínimos de 1993
A bolsa nacional abriu em queda, com o principal índice, o PSI-20, a descer 5,28% para os 3.634,95 pontos. Com 10 das cotadas a perder mais de 5% e nenhuma no verde, o índice precipita-se para um mínimo de 1993, como é visível no gráfico em baixo. Na semana passada o PSI-20 tinha afundado para mínimos de 1996, tendo agora quebrado essa barreira em baixo.
O peso pesado BCP penaliza o índice com uma quebra de 8,01% para os 10,33 cêntimos, recuando a mínimos históricos. Também fundo no vermelho alinha a Galp, que desce 5,90% para os 8,06 euros, num dia em que o barril de petróleo que serve de referência à Europa, o Brent, está a resvalar 4,84% para os 32,21 dólares, derrubado pela quebra acentuada na procura que decorre da travagem económica provocada pelo coronavírus.
"Como tem sido o cunho do último mês, a bolsa nacional continuará a depender exclusivamente da evolução da conjuntura internacional. Ainda assim, convém acompanhar os fatores mais fundamentais, que deverão reconquistar a sua importância quando a configuração bolsista normalizar", defendem os analistas do CaixabankBPI, na sua nota diária.
Coreia do Sul também corta juros
O banco central da Coreia do Sul também atuou para conter o impacto económico do coronavírus. A taxa de juro de referência foi reduzida em 50 pontos base, passando de 1,25% para 0,75%.
O que decidiu a Fed no domingo
A Reserva Federal norte-americana voltou a cortar os juros diretores, desta vez em 100 pontos base, para um intervalo entre 0% e 0,25%. A taxa dos fundos federais regressa assim ao intervalo dos mínimos históricos onde permaneceu por muito tempo, antes de ter sido iniciada a normalização da política monetária.
A Fed anunciou também este domingo o reforço da flexibilização quantitativa (quantitative easing – QE), que passa pela compra de obrigações num valor mínimo de 700 mil milhões.
Além disso, anunciou várias outras medidas, incluindo deixar os bancos financiarem-se a partir da janela de desconto da Fed durante 90 dias e reduzir os requisitos de capital de reserva para 0%.
E mais: a Reserva Federal anunciou ainda ter-se concertado com mais cinco bancos centrais para garantir que há dólares disponíveis em todo o mundo através de contratos swap.
Veja mais aqui
Bolsas asiáticas em queda. Índice australiano afunda quase 10%
A decisão histórica e de emergência da Reserva Federal em cortar as taxas de juro em 100 pontos base contribuiu para já para agravar a tendência negativa dos mercados. Na Ásia a sessão foi de quedas acentuadas e os futuros dos EUA negoceiam com uma desvalorização próxima dos 5%, com os investidores a prolongarem o movimento de saída dos ativos de risco, como é o caso das ações.
Além da decisão dos bancos centrais, o "sell off" das bolsas reflete sobretudo a paralisação da Europa, com vários países a imporem severas medidas de restrições de movimentos dos cidadãos e a fechar a fronteiras para travar a propagação do vírus.
Na sessão asiática destacou-se a Bolsa da Austrália, que cedeu perto de 10%, na maior queda desde 1992. Em Tóquio o Nikkei afundou 2,46% apesar do Banco do Japão ter avançado com mais medidas para conter o impacto económico da propagação do vírus.
Na Coreia do Sul o Kospi cedeu 2% e em Hong Kong o Hang Seng desvalorizou 3,5%.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 deslizam 3,5% e os futuros sobre o S&P500 caem 4,8%.