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Abertura dos mercados: "Sell off" na Europa continua após maior queda de sempre na semana passada. Juros disparam

O sell-off nas bolsas continua. As principais praças europeias voltam a mostrar pesadas quebras e o petróleo também volta a cair, com os impactos económicos do coronavírus a serem cada vez mais visíveis.

As bolsas mundiais viveram semanas frenéticas, com os investidores a venderem as suas ações face à incerteza em torno da covid-19.
Amanda Perobelli/Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 desce 5,3% para 3.633,98 pontos

Stoxx 600 desliza 8,07% para 275,02 pontos

Nikkei desvalorizou 2,46% para os 17.002,04 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos avançam 14,8 pontos base para 0,95%

Euro valoriza 0,89% para 1,1206 dólares

Petróleo em Londres recua 6,91% para os 31,51 dólares o barril 

Bolsas europeias afundam perto de 10%

Os investidores estão a fugir das ações europeias, provocando um verdadeiro "sell off" nas praças europeias, com os índices a afundarem com a mesma profundidade do que na quinta-feira, quando vários sofreram as quedas mais violentas de sempre.

É o caso do Stoxx600, que desce 8,07% para 275,02 pontos, o valor mais baixo desde 1992. Este índice, que serve de referência para as bolsas europeias, afundou cerca de 11% na quinta-feira, o que representa a descida mais acentuada de sempre deste índice.

Nos índices nacionais as quedas aproximam-se rapidamente dos dois dígitos, com as desvalorizações a serem mais intensas nos países onde o coronavírus está propagar-se de forma mais acentuada. É o caso do IBEX (bolsa espanhola), que desvaloriza 9,68%; da bolsa de Milão, que desce 7,59%, ou da praça de Paris (CAC afunda 9,04%).

Os investidores estão já a descontar um cenário de recessão acentuada na economia europeia (e mundial), que parece agora inevitável numa altura em que vários países estão a decretar medidas de paralisação quase total e as empresas estão a suspender atividade ou a laborar apenas em serviços mínimos.

Nem a intervenção de emergência da Fed (que cortou os juros em 100 pontos base) está a servir para tranquilizar os investidores.

"Em circunstâncias normais, uma intervenção como esta de larga escala da política monetária colocaria um limite no risco dos ativos, o que suportaria uma recuperação", escreveu Jason Daw, do Societe Generale. Contudo, a dimensão do choque no crescimento está a ficar exponencial e os mercados estão, de Roma legitima, a questionar o que mais a politica monetária pode fazer e a descontar a sua eficácia na mitigação do impacto económico do corornavírus".

Juros dos periféricos disparam. Taxa de Portugal a caminho de 1%

A aversão dos investidores ao risco está a penalizar também as obrigações soberanas dos países periféricos, com os juros da dívida portuguesa a dispararem, tal como acontece em Espanha e Itália.

A yield das obrigações do Tesouro a 10 anos está a disparar 14,8 pontos base para 0,95%. Está a caminho de 1% e em máximos de maio do ano passado. Em Espanha a taxa de juro dos títulos com a mesma maturidade está a subir 13,4 pontos base para 0,74% e em Itália agravam-se 21,8 pontos base para 2%.

Mesmo as obrigações consideradas mais seguras estão apenas com descidas ligeiras nos juros, mostrando que nesta altura os investidores estão a fugir de quase todos os ativos, mesmo os considerados de refúgio. A taxa das obrigações alemãs a 10 anos está a descer 1,1 pontos base para 0,56% e a yield dos títulos dos EUA com a mesma maturidade recua 2,5 pontos base para 0,38%.

 

Dólar afunda com corte da Fed

O dólar está a ser fortemente penalizado devido à descida dos juros por parte da Reserva Federal. O índice do dólar está a recuar 0,4%, enquanto o euro valoriza 0,89% para 1,1206 dólares. Já a moeda japonesa continua a servir de refúgio. O iene está a disparar 1,6% para 105,95 por dólar.

Petróleo reforça perdas após pior semana desde 2008

A queda a pique do petróleo continua a acentuar-se. A descida de 25,23% que se contabilizou no final da última semana – a maior desde 2008 - é reforçada hoje por um recuo de 6,91% para os 31,51 dólares, que já chegou a ser de 7,59% para os 31,28 dólares, ficando muito próximo dos mínimos de fevereiro de 2016.

A desvalorização da matéria-prima alarga-se numa altura em que as medidas para a contenção do surto de coronavírus ditam uma diminuição da procura pelo petróleo. A redução na procura vem somar-se à quebra pelo excesso de oferta que se registou no início da semana passada, depois de um dos principais produtores, a Arábia Saudita, ter decidido que iria inundar o mercado com mais barris como forma de pressão à Rússia. Contudo, na sexta-feira, o ministro da Energia russo, Alexandre Novak, declarou  que não "fecha a porta" à aliança entre o cartel dos maiores exportadores e a Rússia para estabilizar o mercado do petróleo.

Ouro recupera com ajuda da Fed. Paládio mantém deslize

O metal amarelo está a subir 0,49% para os 1.537,39 dólares por onça. O ativo refúgio beneficia do corte de juros decidido pela Reserva federal norte-americana, que tira valor a um refúgio concorrente, o dólar.

Esta subida marca uma inversão face às últimas quatro sessões, todas no vermelho, e as quais contribuíram para uma quebra semanal de 8,60%, a maior desde 1983, que deixou o ouro em mínimos de dezembro do ano passado.

Apesar de ouro voltar a brilhar no verde, nem todos os metais preciosos têm a mesma sorte. O paládio, que na sexta-feira 6 de março cotava acima dos 2.500 dólares, reforça agora as quebras em 1,38% para os 1787,87 dólares por onça. Este metal desce há cinco sessões consecutivas e, no acumulado da semana passada, perdeu mesmo quase 30%.

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