Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Bolsa grega cai 3% e juros da dívida disparam após adiamento do pagamento ao FMI

Os juros da dívida grega sobem 176 pontos base no prazo a dois anos e 144 pontos na maturidade a quatro anos depois de Atenas ter pedido o adiamento do pagamento de 300 milhões de euros que deveria fazer esta sexta-feira ao FMI.

50º - Grécia (57º em 2014)
Bloomberg
05 de Junho de 2015 às 09:45
  • 6
  • ...

O adiamento do reembolso ao Fundo Monetário Internacional está a penalizar o mercado bolsista grego e provocar fortes subidas nos juros da dívida. A bolsa grega perde 3,34% penalizada, essencialmente, pelas cotadas do sector bancário. As acções do Alpha Bank recuam 4,80% para 31,7 cêntimos, as do Eurobank perdem 5,44% para 13,9 cêntimos, as do National Bank of Greece caem 5,69% para 1,16 euros e as do Piraeus Bank desvalorizam 6,88% para 48,7 cêntimos.

No mercado da dívida, os juros gregos registam fortes subidas em especial nas maturidades mais curtas de dois e quatro anos. As yields da dívida a dois anos sobem 176 pontos base para 25% e a quatro anos avançam 144 pontos base para 17%. Na maturidade a 10 anos, os juros da dívida avançam 52,6 pontos base para 11,43%.

A queda da bolsa e a subida dos juros ocorre um dia após Atenas ter pedido o adiamento do pagamento de 300 milhões de euros que deveria fazer esta sexta-feira ao FMI. O reembolso deste valor, juntamente com as demais três parcelas devidas em Junho, que totalizam mais de 1,5 mil milhões, será feita no final do mês de Junho.

"As autoridades gregas informaram hoje [quinta-feira] o Fundo que tencionam juntar os quatro pagamentos devidos em Junho num só, que terá agora de ser realizado em 30 de Junho", anunciou o FMI em comunicado assinado pelo seu porta-voz Gerry Rice.

"No âmbito de uma decisão do Conselho Executivo adoptada em finais de 1970, os países membros podem pedir para agrupar vários pagamentos de empréstimos com vencimento num mês (os pagamentos de juros não podem ser incluídos nesse pacote). A decisão destinava-se a atender às dificuldades administrativas de fazer vários pagamentos num curto período", acrescenta o comunicado, numa referência ao precedente aberto então para atender à situação da Zâmbia.

A Grécia quer agora fazer uso do precedente do país africano, mas provavelmente será a falta de fundos ou alguma manobra política, e não dificuldades administrativas, a causa próxima deste pedido à instituição liderada por Christine Lagarde.

O último pagamento de 750 milhões de euros foi feito ao FMI com dinheiro depositado na própria conta de emergência junto do FMI, e representa uma gota de água quando comparado com os quase nove mil milhões que a Grécia tem de devolver ao Fundo e ao BCE durante este Verão.

Ver comentários
Saber mais Fundo Monetário Internacional Alpha Bank National Bank Piraeus Bank Atenas FMI Grécia Christine Lagarde BCE
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio