Ralf Cioffi tem o coração nas mãos. O gestor de 51 anos está à frente dos dois "hedge funds" que vão obrigar a Bear Stearns a contrair um empréstimo de 3,20 mil milhões de dólares (2,38 mil milhões de euros) para salvar os fundos. Esta injecção de capital pretende inverter a tendência negativa registada desde o início do ano e a fuga dos seus subscritores.

Esta notícia está a penalizar os títulos de todo o sector da banca nos EUA, com o mercado a recear de que haja uma fuga generalizada deste género de activos e a dívida na carteira dos bancos desvalorize ainda mais.

O "High-Grade Structured Credit Strategies" e o "High-Grade Structured Credit Strategies Enhanced Leveraged Fund" investem em produtos derivados de créditos sobre títulos de dívida, uma área muito afectada com a quebra do sector do imobiliário nos EUA e com a diminuição dos créditos hipotecários.

Em 2007, o primeiro fundo perdeu 10% e o segundo caiu 20%.

Estas más prestações estavam a afastar os investidores, o que levou a uma queda mais acentuada.

Face a esta fuga de capital, os bancos que emprestaram dinheiro aos dois "hedge funds" para alavancar o seu investimento de 9 mil milhões de dólares para 11 mil milhões, preparavam-se para começar a titularizar a dívida, o que descredibilizaria ainda mais os dois fundos. Entre os bancos credores estão os gigantes Merrill Lynch, JPMorgan Chase e Lehman Brothers.

As acções do Bear Stearns caem 0,59% para os 144,95 dólares.