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BCE rejeita subida de juros em 2023

Autoridade monetária não nega existência de modelos internos que apontem para uma aceleração da inflação, mas sublinha que não obrigará a subidas nos juros.

Reuters
17 de Setembro de 2021 às 12:55
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O Banco Central Europeu (BCE) nega que esteja a ponderar subir as taxas de juro na Zona Euro nos próximos dois anos. A notícia foi avançada pelo Financial Times, que cita um documento interno assinado pelo economista-chefe Philip Lane, mas a instituição liderada por Christine Lagarde garantiu à Bloomberg que "a notícia do FT não é correta".

"Lane não disse em nenhuma conversa com analistas que a Zona Euro iria atingir uma taxa de inflação de 2% logo após o fim do horizonte de projeções do BCE", garante a autoridade monetária em resposta à notícia do FT. O jornal britânico divulgou modelos internos, a que teve acesso, que sugerem que o BCE poderá subir juros nos próximos dois anos.

Mas o banco central defende que as conclusões do relatório "que uma subida das taxas de juro poderá acontecer em 2023 não é consistente com o nosso forward guidance". Lembrou que o economista-chefe disse ainda na passada quarta-feira que é necessário ser "persistente num elevado nível de estímulos monetários" para alcançar a meta para a aceleração dos preços.

Na semana passada, a autoridade monetária atualizou as projeções económicas para a Zona Euro. O staff do BCE vê a taxa de inflação em 2,2% este ano (mais 0,3 pontos percentuais que nas projeções anteriores), em 1,7% no próximo ano (revisto em alta e 0,2 pontos) e em 1,5% em 2023 (mais 0,1 pontos).

"Esperamos que a inflação suba mais no outono, mas que caia no próximo ano. Esta ascensão temporária da inflação reflete principalmente o forte crescimento dos preços do petróleo desde meados do ano passado, a reversão da temporária redução do IVA na Alemanha, o atraso nos saldos de verão em 2020 e pressões sobre os preços causadas por escassez temporária de matérias-primas e equipamentos", explicou Lagarde.

Face a estes desenvolvimentos económicos, o BCE vai recalibrar os instrumentos de política monetária. Na reunião desta quinta-feira, o Conselho de Governadores considerou que as condições favoráveis de financiamento podem ser mantidas com um ritmo "moderadamente mais lento" das compras líquidas do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) do que nos últimos dois trimestres.

Os juros continuam em mínimos históricos e não deverão mudar tão cedo. A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0,00%, 0,25% e −0,50%, respetivamente.
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