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China mantém taxa de juro de referência em 3,35% pelo terceiro mês consecutivo

Após ter mantido a taxa de juro em 3,45% desde agosto de 2023, o banco central efetuou uma redução inesperada de 10 pontos base, para 3,35%, em julho, embora os peritos a tenham considerado insuficiente para fazer grande diferença na atividade económica.

Kim Kyung-Hoon/Reuters
20 de Setembro de 2024 às 07:40
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O banco central da China anunciou esta sexta-feira que vai manter a taxa de juro de referência em 3,35% pelo terceiro mês consecutivo, correspondendo às expectativas da maioria dos analistas.

Na atualização mensal publicada no portal do Banco Popular da China na Internet, a instituição indicou que a taxa de juro de referência a um ano (LPR, na sigla em inglês) se manterá nesse nível pelo menos até daqui a um mês.

Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos - geralmente destinados às empresas - e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados.

É calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos - incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado - e tem como objetivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a "economia real".

Após ter mantido a taxa de juro em 3,45% desde agosto de 2023, o banco central efetuou uma redução inesperada de 10 pontos base, para 3,35%, em julho, embora os peritos a tenham considerado insuficiente para fazer grande diferença na atividade económica.

Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics, explicou na altura que estavam excluídos cortes profundos, tendo em conta o interesse das autoridades em estabilizar os rendimentos a longo prazo e em abrandar a desvalorização do renmimbi, a moeda nacional, apesar de algumas vozes apelarem a que a ameaça de deflação seja tida mais em conta quando se aposta na flexibilização monetária.

"Neste momento, devemos concentrar-nos no combate às pressões deflacionistas", afirmou este mês o antigo governador do banco central, Yi Gang.

Com cada vez mais vozes a juntarem-se a esse apelo e com a Reserva Federal dos Estados Unidos a iniciar um novo ciclo de cortes nas taxas, empresas de consultoria como a Trading Economics previam um corte de cerca de 15 pontos base este mês.

O banco central chinês também indicou hoje que a LPR a mais de 5 anos - a referência para o crédito à habitação - permanecerá em 3,85%, depois de também ter descido 10 pontos de base em julho.

Em fevereiro, o banco central baixou a taxa de referência em 25 pontos de base, de 4,2% para 3,95%. Esta foi a maior descida desde que as autoridades chinesas inauguraram o sistema LPR, em 2019, e superou também as expectativas do mercado, que antecipava uma descida de 15 pontos base.

De acordo com os analistas, a decisão de realizar uma descida maior do que o previsto no LPR a 5 anos ou mais teria demonstrado a preocupação de Pequim com o mercado imobiliário, que está mergulhado há mais de dois anos numa crise, bem como a intenção de continuar a promover medidas para o reanimar.
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