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Número de membros do BCE a lançar dúvidas sobre estimativas da inflação parece estar a crescer

De um lado, o economista-chefe do banco central defende as projeções da instituição para a inflação. Do outro, está a aumentar o número de membros do BCE que lançam dúvidas sobre as estimativas e referem uma dependência excessiva destes números para as decisões ligadas às taxas de juro.

A taxa Ester, do Banco Central Europeu, vai passar a publicar dados para os mesmos prazos da Euribor, posicionando-se como uma alternativa.
Kai Pfaffenbach/Reuters
09 de Fevereiro de 2022 às 18:50
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O número de membros que integram o Banco Central Europeu (BCE) e lançam desconfianças sobre as projeções da instituição para a inflação estará a crescer. A informação é avançada pela agência Bloomberg, que cita fontes com conhecimento do assunto. E este decréscimo da confiança nos números projetados estará a dar força a uma abordagem mais agressiva para uma subida das taxas de juro de referência este ano.

De acordo com esta fonte, Philip Lane, o economista-chefe do BCE, continua a apostar numa postura defensiva relativamente a estes números, insistindo que a equipa encarregue deste assunto depende de um modelo fiável e topo de gama para as estimativas. Por seu turno, os governadores que lançam dúvidas estarão a deixar alertas sobre uma dependência destas projeções que é vista como excessiva, especialmente no atual contexto de alterações rápidas e incerteza.

A Bloomerg indica que estas dúvidas terão já surgido em diversas conversas com oficiais. E a desviar do habitual padrão, as dúvidas não estarão a surgir apenas dos "falcões" da Alemanha ou dos Países Baixos, indica a agência.

A inflação em janeiro na Zona Euro fixou-se nos 5,1%, depois de ter atingido os 5% em dezembro de 2021. A subida dos preços da energia tem sido a principal responsável pelo aumento de preços.

Na semana passada, na conferência após a reunião de política monetária do BCE, Christine Lagarde, a presidente da instituição, manteve o rumo já previsto para a política de juros e de estímulos monetários.

Já esta semana, Lagarde garantiu que "qualquer ajustamento" à política monetária "será gradual". As declarações foram feitas na audição na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

A líder do BCE assegurou nessa ocasião que "uma subida da taxa não ocorrerá antes do fim das compras de ativos", indicando que existem "condições que terão de ser cumpridas antes que o Conselho do BCE se sinta suficientemente confiante de que uma subida é apropriada".

A confirmar-se este aumento das dúvidas sobre as projeções da inflação, a próxima reunião do BCE sobre política monetária deverá ter em conta esta questão.

Este domingo, o holandês Klaas Knot, um dos poucos "falcões" do BCE, avançou que prevê uma subida dos juros no quarto trimestre do ano, na ordem dos 25 pontos base.
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