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Crise nas cadeias de abastecimento "pode durar até 2023". FMI apoia política de Lagarde

A instituição liderada por Kristalina Georgieva (na foto) acredita que a crise nas cadeias de abastecimento, que tem atormentado o crescimento económico na zona euro, é "transitória", mas irá durar até 2023.

Lusa
17 de Fevereiro de 2022 às 14:31
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A crise nas cadeias de abastecimento que atormentou o crescimento económico da zona euro no último ano parece ter vindo para ficar até 2023. A conclusão é retirada de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que serve de amparo à política monetária conduzida atualmente pelo Banco Central Europeu (BCE).

"A perspetiva da continuidade de uma oferta restrita levanta desafios, para os responsáveis pela política monetária [europeia]", avisa o documento assinado pelos economistas Oya Celasun e Alfred Kammer.

O FMI lança o apelo para que os governos europeus sejam mais flexíveis, de forma a adotarem soluções legislativas que acelerem -- o quanto possível -- os setores do transporte e da logística da zona euro. Quanto à política fiscal, a organização alerta ainda que os Estados podem recorrer à mesma para contrabalançar a situação, "mas devem sobretudo focar-se em saber direcionar a despesa de forma a evitar maiores aumentos nos preços".

FMI do lado de Christine Lagarde

Para os especialistas, "manter as expectativas sobre a inflação a curto prazo é importante". A instituição liderada por Kristalina Georgieva acredita assim que o rumo tomado por Christine Lagarde -- ao contrário por exemplo da  Reserva Federal norte-americana ou do Banco de Ingterra -- é o mais correto.

O documento salienta que "tanto o galopar dos preços da energia, como a crise nas cadeias de abastecimento", principais trampolins para o disparo da inflação na zona euro, são apenas "transitórios", pelo que o BCE deve manter a calma.

Para além disso, os economistas alertam que, ao contrário da velocidade com que a inflação está a crescer na zona euro, os salários e o poder compra apenas "crescerão de forma moderada", mais um argumento para que Lagarde aja com prudência de forma a evitar uma recessão a longo prazo.

Há uma semana, em entrevista ao jornal alemão Redaktionsnetzwerk Deutschland (disponibilizada em inglês no site do BCE), Christine Lagarde defendeu que -- ao contrário dos Estados Unidos -- a economia da zona euro não está sobreaquecida, o que justifica cautela.
 
"Temos de compreender a fonte da subida dos preços", diz Lagarde, sublinhando que cerca de metade da aceleração da inflação é atribuível à energia (petróleo, gás e eletricidade), o que está em certa medida "fora da esfera de influência" das economias da moeda única. "O segundo principal fator são os constrangimentos na oferta" como a escassez de microchips ou limitações no transporte de mercadorias.
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