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Agência de "rating" chinesa coloca dívida de Portugal sob perspectiva "estável"
A Dagong reviu em alta a perspectiva para a dívida portuguesa de "negativa" para "estável", considerando que as condições de financiamento estabilizaram e que algumas reformas estruturais já estão a produzir efeito.
A agência de notação financeira chinesa, Dagong, reviu em alta a perspectiva para a dívida de portuguesa de "negativa" para "estável", de acordo com uma nota de análise publicada a 3 de Fevereiro.
Na nota de análise a agência explica que a melhoria da perspectiva – que sugere que o "rating" de Portugal não deverá ser alvo de alterações nos próximos meses – está relacionada com o facto de o alívio das condições de crédito e as reformas estruturais estarem a proporcionar um ambiente estável. Além disso, o programa de compra de dívida anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE) também deverá ajudar Portugal.
A Dagong salienta que as reformas estruturais "alcançaram alguns resultados iniciais", salientando a melhoria no mercado de trabalho. A política monetária que está a ser implementada, a reforma fiscal e os preços mais baixos da energia devem ajudar a economia nacional no curto prazo, defende a agência que aponta para que a economia cresça 1,2% em 2015 e 1,5% no próximo ano.
Mas nem tudo são boas notícias. A dívida portuguesa deverá aumentar para 133,8% do produto interno bruto (PIB), este ano, e para 134,0% no ano que vem. As necessidades de financiamento deverão aumentar para 18,5% do PIB em 2015 e diminuir para 17% no próximo ano. Além disso, Portugal só deverá registar "crescimentos moderados no longo prazo", o que vai dificultar a redução do endividamento, estima a Dagong.
Estas questões justificam a manutenção da nota de "rating" de "BB", uma classificação que reflecte a visão de que Portugal pode ter dificuldade em cumprir as obrigações que tem perante os credores de forma "inadequada".
A Dagong colocou o "rating" de Portugal em "BB" em Setembro de 2013, não tendo desde então revisto a notação financeira do país.