A Jerónimo Martins reportou ontem as suas contas de 2016, depois do fecho da bolsa, tendo anunciado um aumento de 78% dos seus lucros, para 593 milhões de euros. Os analistas do CaixaBI estimavam que o resultado líquido tivesse crescido 84,3%, face a 2015, para 614 milhões de euros. Hoje as acções da retalhista dona do Pingo Doce vão estar a reflectir os resultados na negociação em bolsa.

Ontem foi também dia de a Corticeira Amorim se confessar ao mercado, tendo apresentado de manhã os seus números, com uma subida de 86,7% dos seus lucros, para  102,7 milhões de euros.  E o mercado gostou. As acções encerraram a sessão a subir 1,03% para 9,82 euros, a cotação de fecho mais elevada de sempre. Na negociação intradiária chegaram mesmo a subir 1,82% para 9,897 euros, um valor muito próximo do máximo histórico atingido a 19 de Outubro (9,899 euros). 

Os juros associados às obrigações portuguesas a dez anos fecharam em alívio na sessão de ontem, abaixo dos 4% e em mínimos de quase um mês (25 de Janeiro), no dia em que a Comissão Europeia comunicou "progressos limitados" de Portugal no relatório de Inverno e o FMI se manifestou pessimista com a evolução económica do país no longo prazo e receoso quanto à descida do défice orçamental.

A tendência de alívio, que se estendeu um pouco por todos os periféricos do euro, foi mais evidente na Alemanha – pela busca de refúgio, que levou o prazo a dois anos ao mínimo histórico de fecho de -0,883% – e em França, depois de o centrista François Bayrou ter abdicado de entrar na corrida presidencial, o que contribui para afastar em parte a incerteza política que envolve as eleições de 23 de Abril.  

As minutas da primeira reunião da Reserva Federal dos EUA após a tomada de posse de Donald Trump foram ontem divulgadas e confirmaram o que se esperava: que os responsáveis do banco central estão preparados para prosseguir a subida de juros. Segundo as minutas da reunião de 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, a maioria dos responsáveis da Fed mostrou-se convicta de que poderá ir aumentando os juros directores de forma gradual, sendo adequada uma subida "já muito em breve" – isto para evitar riscos de sobreaquecimento da economia.

Em Wall Street, apesar de o Nasdaq e o S&P 500 terem cedido ligeiramente, o Dow Jones segue imparável, tendo ontem estabelecido um novo máximo histórico. A tendência irá manter-se?

Esta quinta-feira mais empresas divulgam as suas contas um pouco por todo o mundo, com destaque para o Dia, Barclays, Axa, Telefónica, Repsol, Red Electrica, Endesa, Gamesa, Peugeot, Bouygues, Swiss RE, Henkel, Vivendi, Orange, BAE Systems e Glencore.

Por outro lado, a Administração de Informação em Energia (EIA [na sigla original], entidade que se encontra sob a tutela do Departamento norte-americano da Energia), divulga dos dados relativos aos inventários de crude dos EUA na semana passada, bem como os stocks de destilados e gasolina. 

Esta quinta-feira há mais indicadores para se medir o pulso às economias. Por cá, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga as taxas de juro implícitas no crédito à habitação, referentes a Janeiro.

Por outro lado, na Alemanha, após a estimativa rápida que indicou uma subida trimestral de 0,4% do PIB nos últimos três meses de 2016, serão conhecidos mais dados sobre o crescimento da maior economia do euro. Além destes dados, será também divulgado um indicador avançado, o índice da Gfk que mede a confiança dos consumidores. 

Nos Estados Unidos serão apresentados os dados relativos aos pedidos de subsídio de desemprego na semana passada.