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Novos créditos da casa em máximos de 2014. Jovens representam quase metade
A taxa de juro dos novos empréstimos à habitação reduziu-se pelo 12.º mês consecutivo para 3,39% e o montante de novos contratos é o mais elevado desde o início da série do Banco de Portugal.
O montante de novos contratos de empréstimos à habitação ascendeu a 1.676 milhões de euros em outubro, uma subida mensal de 131 milhões de euros e o valor mais elevado da série histórica, ou seja, dezembro de 2014. É o que indicam os últimos dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.
"Para esta evolução contribuiu o crédito concedido a mutuários com menos de 35 anos, que representou 48% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em outubro", detalha o supervisor da banca nacional.
A isenção de Imposto Municipal sobre Transações (IMT) e de Imposto do Selo (IS) na compra da primeira habitação própria e permanente para os jovens com até 35 anos para imóveis até 316.772 euros, está em vigor desde agosto. No final de novembro, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, referiu que a medida já tinha chegado a "oito mil jovens".
Os novos contratos de empréstimos às famílias atingiram 3.070 milhões de euros em outubro, mais 323 milhões do que em setembro. Em linha com o registado no segmento de habitação foi registado um acréscimo nas finalidade de consumo, de mais 49 milhões de euros para 585 milhões, e outros fins, de mais 38 milhões de euros para 237 milhões.
"As renegociações de crédito aumentaram 104 milhões de euros, para 572 milhões de euros. Este aumento deveu-se, em grande parte, às renegociações de crédito à habitação, que subiram 100 milhões de euros, para 535 milhões de euros", indica o Banco de Portugal
Especificamente nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média aumentou de 8,91%, para 8,99% em outubro. Já a taxa de juro média dos novos empréstimos para outros fins desceu para 4,33%.
Já a taxa de juro média dos novas operações de crédito à habitação, onde se incluem as renegociações que não resultaram de incumprimento, voltou a cair para 3,39% em outubro - o valor mais baixo desde janeiro de 2023 e que compara com 3,48% registados em setembro, registando assim a décima segunda descida consecutiva.
Depois de em abril, pela primeira vez desde setembro de 2022, a taxa de juro dos novos créditos à habitação na Zona Euro ter sido superior à registada em Portugal, em outubro continuou abaixo do registado nos países da moeda única. A taxa média dos países da Zona Euro reduziu-se para 3,5% e Portugal apresentou a sétima taxa de juro média mais baixa.
A taxa de juro média dos novos empréstimos para habitação própria permanente concedidos com taxa variável em outubro foi de 4,14% (4,31% em setembro) e os novos empréstimos a taxa fixa desceram pelo quarto mês consecutivo para 3,65%. Já a taxa mista desceu para 3,13%.
Do montante total concedido 87% foi para habitação própria permanente, 6% para habitação secundária e 6% para obras.
Por tipo de taxa, nos novos empréstimos à habitação , a esmagadora maioria foi concedida de forma mista (77%), sendo que 18% foi de forma variável e 5% fixa. "Em outubro, os contratos a taxa mista representavam 30,6% do 'stock' de crédito à habitação", indica o Banco de Portugal.
Já por tipo de indexante, a proporção dos montantes de novos empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável concedida com uma Euribor a 12 meses foi de 46%, a seis meses de 41% e a três meses de 9% e cerca de 4% usando outras taxas de referência.
Prestação desce para 420 euros
A prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente reduziu-se para 420 euros em outubro, sendo que 75% dos contratos têm uma prestação mensal inferior ou igual a 521 euros. A prestação tem-se mantido praticamente estável desde dezembro do ano passado, flutuando entre os 425 e os 422 euros e só no mês passado quebrou esta fasquia.