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Juros dos novos créditos à habitação em mínimos de fevereiro de 2023
A taxa de juro dos novos empréstimos à habitação reduziu-se pelo décimo mês consecutivo para 3,7%. Ficou em linha com o registado na Zona Euro e continua a ser a sétima mais baixa da região.
A taxa de juro média dos novas operações de crédito à habitação, onde se incluem as renegociações que não resultaram de incumprimento, voltou a cair para 3,7% em julho, o que compara com 3,75% registados em junho, registando assim a décima descida consecutiva. É o que indicam os últimos dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.
Depois de em abril, pela primeira vez desde setembro de 2022, a taxa de juro dos novos créditos à habitação na Zona Euro ter sido superior à registada em Portugal, em julho o valor ficou em linha com o registado nos países da moeda única. A taxa média dos países da Zona Euro reduziu-se para 3,7% e "Portugal apresentou a sétima taxa de juro média mais baixa, igualando a média", detalha o supervisor nacional.
Os bancos concederam 1.806 milhões em novos empréstimos para habitação às famílias no sétimo mês do ano, uma subida face aos 1.797 milhões em junho. Deste montante 87% foi para habitação própria permanente, 6% para habitação secundária e 7% para obras.
Por tipo de taxa e exclusivamente nos novos empréstimos à habitação própria permanente, a esmagadora maioria foi concedida de forma mista (74%), sendo que 21% foi de forma variável e 5% fixa.
"O aumento do peso das novas operações a taxa mista tem-se refletido na recomposição do 'stock' de crédito à habitação: em julho, estes contratos já representavam 26,8% do stock de crédito à habitação, o que compara com 6,4% em dezembro de 2022", indica o Banco de Portugal.
Já por tipo de indexante, a proporção dos montantes de novos empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável concedida com uma Euribor a 12 meses foi de 51%, a seis meses de 36% e a três meses de 9% e cerca de 4% usando outras taxas de referência.
Prestação inalterada nos 423 euros
A prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente manteve-se nos 423 euros em julho, sendo que 75% dos contratos têm uma prestação mensal inferior ou igual a 527 euros.
A prestação tem-se mantido praticamente estável desde dezembro do ano passado, flutuando entre os 425 e os 423 euros.
As amortizações antecipadas de crédito à habitação representaram uma fatia de 0,89% do "stock" de empréstimos em julho, mais 0,08 pontos percentuais do que em junho.
"As amortizações antecipadas totais (que incluem os contratos finalizados por amortização da dívida do devedor, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito para outra instituição) corresponderam a 90% das amortizações antecipadas", precisa o BdP.
Total de empréstimos às famílias ascende a 2.609 milhões em julho
As novas operações de empréstimos (que incluem os contratos totalmente novos e os contratos renegociados) 2.609 milhões de euros em novos empréstimos às famílias em julho, mais 114 milhões do que em junho.
"O montante de renegociações de crédito manteve-se estável, fixando-se em 558 milhões de euros em julho. As renegociações de crédito à habitação totalizaram 523 milhões de euros (mais 1 milhão de euros do que em junho)", revela o supervisor.
Os novos contratos a particulares foram responsáveis pelo aumento das novas operações, que foi transversal às três finalidades. Especificamente nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média foi de 9,57%, face a 9,52% em junho. Já a taxa de juro médio dos novos empréstimos para outros fins desceu para 4,92%.
No caso dos novos empréstimos às empresas o montante aumentou para 2.427 milhões de euros, mais 31 milhões do que em junho. Já a taxa de juro média desceu para 5,37%.
"Esta diminuição verificou-se nos empréstimos até 1 milhão de euros (-0,34 pp, para 5,35%), enquanto a taxa de juro nos novos empréstimos acima de 1 milhão de euros aumentou 0,05 pp (de 5,11%, em junho, para 5,16%, em julho)", salienta o Banco de Portugal.