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Montante concedido no crédito ao consumo cresce 15% em Janeiro
Financiamento para a compra de automóvel explica o aumento na concessão de crédito ao consumo no arranque do ano. Praticamente metade do valor concedido pelas instituições financeiras é crédito sem fim específico.
O crédito ao consumo voltou a aumentar no arranque deste ano. Em Janeiro, face ao mesmo mês do ano passado, o montante concedido pelas instituições financeiras registou um crescimento de 15%, evolução explicada em grande parte pela maior procura por financiamento para a compra de automóveis. Contudo, a maior "fatia" destes créditos continua a ser a de empréstimos sem fim específico.
No primeiro mês do ano houve menos novos contratos de crédito (quebra de 6,8% face ao mesmo mês de 2014), mas foram concedidos financiamentos de maior valor. De acordo com os dados do Banco de Portugal, as instituições financeiras concederam 329,9 milhões de euros em novo crédito, bem mais do que os 286,24 milhões registados no período homólogo. Houve um crescimento de 15,3%.
Para esta evolução no montante concedido contribuiu o aumento do crédito para a aquisição de automóvel que, tendo em conta os valores mais elevados associados a estes empréstimos, pode explicar a redução no número de contratos. Os dados do Banco de Portugal revelam um crescimento de 31,7% nestes financiamentos. Entres estes, o crédito clássico para a compra de carros novos cresceu 37,6%, já o ALD de novos aumentou em 28,2%.
Este crescimento do financiamento automóvel tem sido notado através dos dados das vendas de automóveis novos em Portugal, revelados pela ACAP. Contudo, olhando para os números do Banco de Portugal, é de notar também o aumento do financiamento para a compra de automóveis usados, através do crédito clássico. Registou um crescimento de 34,1%, sendo o mais expressivo, em valor, na análise ao mês: foram concedidos mais 16,4 milhões de euros.
Outros fins dominam
Entre o financiamento automóvel, praticamente todos os segmentos registaram crescimentos com excepção do ALD para usados (-9,5%). Nos outros destinos do crédito ao consumo, contudo, registaram-se também quebras nos cartões de crédito, contas correntes e facilidades a descoberto (-11,2%), com a redução mais expressiva em termos de montantes a registar-se no crédito pessoal para educação, saúde, energias renováveis e equipamentos: caiu 22%.
O crédito para outros fins, contudo, voltou a crescer: aumentou em 20,9% (mais 26,2 milhões de euros do que no período homólogo), ascendendo a 151,8 milhões de euros. Estes financiamentos sem finalidade específica, para o lar, consolidado e outras finalidades mantém-se como o segmento mais representativo: 46,5% dos 329,9 milhões de euros em novos créditos ao consumo.