Notícia
Reino Unido alerta para "alto risco" das ofertas iniciais de moeda
A Financial Conduct Authority aconselha a que os investidores que participam neste género de operações têm de ser experientes e alerta para a probabilidade de perderem todo o seu investimento, dada a incerteza que rodeia os mercados das criptomoedas.
Concretamente, a Financial Conduct Authority avisa para a incerteza que envolve o levantamento de financiamento de startups tecnológicas que emitem nova moeda digital em troca de criptomoedas já existentes como a Bitcoin ou a Ethereum, avança o Financial Times esta terça-feira, 12 de Setembro.
No limite, avisa a FCA, o investidor tem grandes probabilidades de perder toda a sua aplicação, dado o modelo de negócio "experimental" das ofertas iniciais de moeda. Ainda assim, deixa abertura para regular algumas destas operações, caso a caso, dependendo da forma como estão estruturados e se relacionam com actividades já supervisionadas.
No final de Agosto, o regulador financeiro norte-americano (a SEC) tinha alertado para o facto de algumas dessas operações poderem ser subterfúgios destinados a fazer subir os preços das acções da empresa em bolsa.
Na semana passada, mecanismos deste género foram considerados ilegais pelas autoridades de Pequim, que suspenderam todas as operações de financiamento envolvendo criptomoedas. A actuação que precipitou, na sessão seguinte, uma queda de mais de 10% no valor da Bitcoin face ao dólar.
Na sexta-feira, o governo russo revelou que vai regular a transacção de criptomoedas, como a bitcoin, entre cidadãos e empresas russas, depois de um período em que chegou a considerar ilegais as trocas de valores utilizando estas divisas digitais.
"O estado reconhece a existência das criptomoedas. Não faz sentido bani-las, é necessário regulá-las," afirmou o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, que apontou o final do ano como data para que a legislação esteja pronta.
Como funcionam as ofertas iniciais de moeda?
As ofertas iniciais de moeda são operações não sujeitas a regulação e destinadas a promover o surgimento de novas criptomoedas, tendo por base o financiamento através de moedas digitais já existentes.
A startup que pretende criar a nova criptodivisa lança uma campanha de financiamento e emite "moeda" – ou "token", na gíria desta área – que é comprada pelos subscritores e paga com criptomoedas já existentes (como a Bitcoin, por exemplo).
Mal comparado, os "token" como que correspondem a acções da startup em causa, que são comprados na expectativa de que, com o lançamento das novas criptomoedas, os seus "token" valorizem e possam ser vendidos.