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Reino Unido alerta para "alto risco" das ofertas iniciais de moeda

A Financial Conduct Authority aconselha a que os investidores que participam neste género de operações têm de ser experientes e alerta para a probabilidade de perderem todo o seu investimento, dada a incerteza que rodeia os mercados das criptomoedas.

Bloomberg
12 de Setembro de 2017 às 16:11
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Depois de, na semana passada, as autoridades chinesas terem proibido a oferta inicial de moedas digitais, é agora a vez de as homólogas britânicas lançarem o alerta: participar neste género de operações tem um "alto risco", é "especulativo" e pode resultar em perda total.

Concretamente, a Financial Conduct Authority avisa para a incerteza que envolve o levantamento de financiamento de startups tecnológicas que emitem nova moeda digital em troca de criptomoedas já existentes como a Bitcoin ou a Ethereum, avança o Financial Times esta terça-feira, 12 de Setembro.

A autoridade financeira britânica afirma que, "à semelhança das criptomoedas em geral," o valor da moeda emitida através destes mecanismos - que assim contornam a rigidez e o controlo das formas tradicionais de financiamento, como a banca - pode estar "vulnerável a alterações dramáticas". Isso sem contar com a ausência de regulação destas operações, que pode levar a que a informação fornecida seja "desequilibrada, incompleta ou falsa."

No limite, avisa a FCA, o investidor tem grandes probabilidades de perder toda a sua aplicação, dado o modelo de negócio "experimental" das ofertas iniciais de moeda. Ainda assim, deixa abertura para regular algumas destas operações, caso a caso, dependendo da forma como estão estruturados e se relacionam com actividades já supervisionadas.

No final de Agosto, o regulador financeiro norte-americano (a SEC) tinha alertado para o facto de algumas dessas operações poderem ser subterfúgios destinados a fazer subir os preços das acções da empresa em bolsa.

Na semana passada, mecanismos deste género foram considerados ilegais pelas autoridades de Pequim, que suspenderam todas as operações de financiamento envolvendo criptomoedas. A actuação que precipitou, na sessão seguinte, uma queda de mais de 10% no valor da Bitcoin face ao dólar.

Na sexta-feira, o governo russo revelou que vai regular a transacção de criptomoedas, como a bitcoin, entre cidadãos e empresas russas, depois de um período em que chegou a considerar ilegais as trocas de valores utilizando estas divisas digitais.

"O estado reconhece a existência das criptomoedas. Não faz sentido bani-las, é necessário regulá-las," afirmou o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, que apontou o final do ano como data para que a legislação esteja pronta.


Como funcionam as ofertas iniciais de moeda?

As ofertas iniciais de moeda são operações não sujeitas a regulação e destinadas a promover o surgimento de novas criptomoedas, tendo por base o financiamento através de moedas digitais já existentes.

A startup que pretende criar a nova criptodivisa lança uma campanha de financiamento e emite "moeda" – ou "token", na gíria desta área – que é comprada pelos subscritores e paga com criptomoedas já existentes (como a Bitcoin, por exemplo).

Mal comparado, os "token" como que correspondem a acções da startup em causa, que são comprados na expectativa de que, com o lançamento das novas criptomoedas, os seus "token" valorizem e possam ser vendidos.

Um dos exemplos citados como resultado de uma operação deste género é a criptomoeda Ethereum, que nasceu através de um crowdfunding de Bitcoin para comprar "tokens", neste caso denominados Ethers.

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