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Analistas: Resultados da Sonae revelam que “guerra de preços está a ganhar ritmo em Portugal”

Casas de investimento destacam o aumento da competitividade do retalho alimentar em Portugal. Por outro lado, assinalam que as operações do retalho especializado melhoraram, em parte graças ao mercado espanhol.

Paulo Duarte/Negócios
15 de Maio de 2014 às 14:27
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"Guerra de preços a ganhar ritmo em Portugal". É assim que o Barclays começa a nota de "research" sobre os resultados da Sonae no primeiro trimestre. A empresa liderada por Paulo Azevedo registou um resultado líquido de 10,1 milhões de euros no período, o que compara com o resultado de 1 milhão de euros um ano antes e com os 2 milhões da média de previsões dos analistas.

 

O Barclays afirma que a performance das actividades de retalho alimentar da Sonae foram influenciadas "pela crescente competição em Portugal e pelo impacto significativamente negativo do calendário", devido ao facto de a Páscoa ter sido este ano no segundo trimestre. O Millennium IB, também numa nota de "research", afirma que estes dados "reflectem um aumento do ambiente de competição em Portugal".  

 

A crescente pressão no sector do retalho alimentar em Portugal é um factor apontado na maioria das notas de "research" a que o Negócios teve acesso, que realçam o impacto deste na margem EBITDA. "Realçamos alguma pressão nas margens do retalho alimentar, tal como esperado", afirma o CaixaBI na sua nota de "research". De salientar que a margem EBITDA caiu 80 pontos base em termos homólogos para 4,4%.

 

Por outro lado, os analistas destacam o bom desempenho do retalho especializado do grupo. O volume deste segmento cresceu 6% em termos comparáveis – ou seja, para o mesmo perímetro de lojas, sem contar com aberturas e encerramentos no período em análise.

 

"O desempenho da divisão não alimentar do grupo mostrou mais evidências de uma melhoria gradual contínua do ambiente económico em Espanha, bem como dos esforços de reestruturação da Sonae", defende o Barclays. A opinião é também partilhada pelo Millennium IB, que caracteriza a melhoria como "surpresa positiva", justificada pela "recuperação económica ibérica".

 

Dívida líquida cai com saída da Optimus

 

O BPI destaca que a Sonae registou uma dívida líquida no primeiro trimestre de 1.498 milhões de euros, menos 582 milhões que no período homólogo. Segundo o banco, isto "reflecte a consolidação da dívida da Optimus", cujas contas foram separadas após a fusão da empresa com a Zon.

 

"Prevemos uma redução de 69 milhões de euros da dívida líquida para o final de 2014", afirma o BPI. Nestas previsões, o banco destaca que este valor inclui já os 113,5 milhões de euros que a empresa deverá pagar à France Telecom no terceiro trimestre, relativos aos 20% que a empresa francesa detinha na Sonaecom.

 

Sonae ainda uma "bala de prata"

 

O BESI afirma que, apesar do aumento da competitividade do retalho alimentar no mercado português, a Sonae Sierra, por outro lado, deverá ser um factor de impulsão adicional. "As taxas de rendibilidade em Portugal e Espanha beneficiarão provavelmente da forte redução das ‘yields’ da dívida soberana e do desempenho positivo das vendas nos dois mercados", defende o BESI.

 

O banco de investimento justifica, assim, a sua decisão de manter a Sonae na sua lista de "balas de prata" para o segundo trimestre, ainda com o preço-alvo de 1,47 euros por acção, o que se traduz num potencial de valorização de 14%. "Porém, vemos espaço para uma maior criação de valor, se a Sonae concluir as sua transacções de vendas&leaseback das suas propriedades de retalho", defende o banco, assumindo um impacto de 7 cêntimos por acção.

 

"O forte ‘momentum’ das acções deverá continuar suportado pela redução das taxas de juro da dívida soberana e pelas operações progressivamente mais fortes", defende também a Fidentiis. A casa de investimento afirma que, eliminado o desconto de 15% atribuído ao preço-alvo de ‘holdings', por já "não se justificar", vê ainda um potencial de subida suficiente para manter a recomendação de "comprar" às acções da Sonae.

 

Já o BPI destaca que as acções da Sonae acumulam um ganho de 24%, desde o início do ano, ultrapassando os desempenhos do Eurostoxx retail (-3%) e do PSI-20 (+8%). "A empresa vem registando uma forte recuperação dos ganhos por acção, impulsionada pelos negócios não alimentares e Sonae Sierra, bem como pelas contínuas sinergias da ZONOP", afirma o banco liderado por Fernando Ulrich, que mantém a recomendação de "forte compra" para as acções da empresa. 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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