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Meta a um passo de perder 200 mil milhões de dólares em bolsa

As ações do grupo seguem a cair 19% no premarket. O grupo arrisca perder 200 mil milhões de dólares em capitalização de mercado, depois dos fracos resultados obtidos no último trimestre do ano. A quebra nos utilizadores foi o aspeto que mais terá castigado a empresa de Mark Zuckerberg.

Reuters
03 de Fevereiro de 2022 às 12:34
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A Meta Platforms – dona do Instagram, Facebook e Whastapp - viu as ações caírem, durante a madrugada desta quinta-feira, 22% no premarket, tendo entretanto aliviado para uma queda de 19% para 260,55 dólares por ação. Caso este movimento se mantenha até à abertura da sessão (14h30 de Lisboa), o grupo de Mark Zuckerberg arrisca perder 200 mil milhões de dólares da sua capitalização em bolsa.

Esta queda arrastou as ações de outras gigantes tecnológicas, com destaque para o Snapchat (-15,06%) e Pinterest (-8,93%).

O tombo do grupo fundado por Mark Zuckerberg ocorreu depois de a Meta divulgar que durante o último trimestre do ano passado – a primeira vez que o grupo reporta resultados financeiros desde que adotou o novo nome em outubro – arrecadou um lucro de 10,3 mil milhões de dólares, abaixo das expectativas dos analistas, por exemplo da Refinitiv, que apontava para os 10,9 mil milhões de dólares, e apresentando uma queda de 8% em termos homólogos.

Em matéria de receita, o grupo californiano tinha apresentado uma previsão de faturação cujo intervalo tinha como ponto superior os 33,67 mil milhões de dólares. Mas no trimestre em causa não excedeu os 29 mil milhões.

Para além disso, a empresa teve a lamentar um prejuízo de 3,3 mil milhões de dólares no que toca ao Meta's Reality Labs, a grande aposta do grupo e onde se desenvolvem várias tecnologias no caminho do Metaverso e da realidade aumentada. 

Paralelamente, pela primeira vez em 18 anos de história, o grupo de Mark Zuckerberg viu o número de utilizadores cair de 1.930 milhões para 1.929 milhões de pessoas.

Durante a conferência de imprensa com os analistas, o CFO do grupo, Dave Wehner, admitiu que a empresa teve problemas em reter a atenção dos utilizadores, por causa da concorrência e por estes passarem mais tempo com os Reels, um formato de vídeo curto inspirado da aplicação TikTok, "que gera taxas de remuneração menos elevadas" do que os formatos do Instagram.

Acima de tudo, o grupo tinha avisado que as regras impostas pela Apple, em 2021, em termos de seleção de destinatários para envio de mensagens publicitárias, podiam ter consequências negativas para os seus resultados financeiros no último trimestre do ano.

Na atualização do iOS, o seu sistema de exploração móvel, a marca da maçã impôs aos editores de aplicações a apresentação de um pedido de autorização antes de recolherem os dados dos utilizadores, o que penaliza empresas como a Meta, cujo modelo de negócio assenta na venda de publicidade muito dirigida em função dos gostos e hábitos dos consumidores.

Para Flynn Zaiger, CEO da agência Online Optimism, "os investidores da Meta estão a começar  a perceber que comprar as ações da empresa já não significa um investimento numa plataforma de anúncios". "Agora, investir na Meta significa acreditar que o Metaverso mudará a internet", acrescentou o gestor citado pela Reuters.

Já Debra Aho Williamson, analista da Insider Intelligence, citada pela Bloomberg, interpreta estes números como "um sinal claro de que a Meta tem grandes obstáculos pela frente, com a concorrência pesada do TikTok, e com os novos desafios que surgiram com a mudança de política da Apple".

Apesar destes números, a generalidade das casas de investimento que cobre o desempenho em bolsa do grupo estão confiantes. Entre 62 entidades, 51 recomendam "comprar", nove "manter" e apenas duas "vender".  

O consenso dos analistas aponta para um preço-alvo de 356,10 dólares, o que significa um potencial de valorização de 10,24% face à última cotação de fecho.

Dos 17 bancos e sociedades de investimento, em que se contam grandes nomes como Goldman Sachs e Morgan Stanley, que emitiram notas de "research" esta quinta-feira, apenas duas entidades baixam a recomendação. A BMO Capital Markets reduz a recomendação de "outperform" para "market perform", enquanto a Mirae Asset muda de "buy" para "trading buy".

Tanto o Morgan Stanley como o Goldman Sachs mantêm as recomendações em "overweight/in-line" e "buy" mas reduzem os preços-alvos, o primeiro banco de investimento de 395 dólares para 360 dólares, enquanto o Goldman reduz de 445 dólares para 355 dólares.

Estes resultados prometem ameaçar o desempenho do Nasdaq Composite, um dos principais índices tecnológicos dos EUA, que em janeiro registou o pior mês, desde março de 2020. 

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