Os analistas da JB Capital Markets reviram em alta o preço-alvo para as acções do BCP de 26 para 30 cêntimos, numa decisão que reflecte não só os resultados trimestrais do banco liderado por Nuno Amado, como também as perspectivas mais positivas para a economia portuguesa. A recomendação mantém-se em "comprar".

Tendo em conta a cotação actual do Banco Comercial Português de 22,15 cêntimos, o novo target traduz um potencial de valorização de 35,4%.

Na nota de análise da casa de investimentos espanhola, a que o Negócios teve acesso, os analistas justificam que os lucros relativos ao primeiro trimestre deste ano, de 50 milhões de euros, ficaram "em linha com o consenso" e acima das suas próprias estimativas, que apontavam para um resultado líquido de 19 milhões de euros.

Por outro lado, a JB Capital Markets defende que as estimativas para a economia portuguesa melhoraram consideravelmente, o que se reflecte na sua avaliação dos bancos nacionais.

"As previsões para o PIB português melhoraram outra vez, o desemprego desceu ainda mais e o Governo está a cumprir os critérios orçamentais da UE. Os juros da dívida portuguesa a dez anos caíram mais de 80 pontos base desde os máximos de Março, e as perspectivas para Portugal não são tão sombrias como aponta o consenso, na nossa opinião", sublinham os analistas.

"Vemos as perspectivas para Portugal e a percepção de risco a melhorar e, por conseguinte, implementámos essa visão na nossa cobertura dos bancos portugueses, nomeadamente o BCP", concluem.

Esta segunda-feira, o BCP revelou que fechou o primeiro trimestre do ano com lucros de 50,1 milhões de euros, uma subida de 7% face aos 46,7 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2016.  

O resultado ficou acima do esperado pelos especialistas que acompanham a cotada. A média das estimativas dos analistas compilados pelo Negócios antecipava um lucro de 42 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. 

Nesta altura, os títulos do BCP recuam 2,21% para 22,15 cêntimos. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.