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Haitong vê menor probabilidade de aumento de preço da OPA da EDP à Renováveis
A casa de investimento Haitong Bank sublinha que são necessários mais esclarecimentos sobre a fusão transfronteiriça que a EDP pode fazer com a EDPR após a OPA. Sobre o preço, não acredita em subidas.
O Haitong Bank acredita que a probabilidade de um aumento do preço pago pela EDP na oferta pública de aquisição (OPA) à EDP Renováveis é menor, agora esteja definido um mecanismo de saída para os minoritários que não venderam na operação.
No prospecto da OPA, que se iniciou esta quinta-feira com um preço de 6,75 euros, a eléctrica presidida por António Mexia (na foto) deixa claro que um dos aspectos que pretende promover é a exclusão da negociação da EDP Renováveis.
"Embora a EDP pareça muito interessada em retirar a EDPR do mercado e ainda que uma revisão de 10% do preço tivesse um baixo custo (menos de 150 milhões de euros), vemos isto como uma melhoria da posição negocial da EDP e uma redução da probabilidade de uma revisão em alta da contrapartida, nomeadamente porque a sua inclusão no prospecto sugere que o regulador não se opõe à mesma", comenta o analista Jorge Guimarães na nota de "research" divulgada esta quinta-feira, 6 de Julho.
Caso não atinga os 90% dos direitos de voto sob oferta, mas apenas os 90% dos direitos de voto da empresa de energias verdes (neste momento, tem 77,5%), a EDP propõe-se a avançar com uma ordem irrevogável de compra, a 6,75 euros, de todas as acções da Renováveis. Nos relatos do prospecto, a CMVM considera que "os interesses dos accionistas remanescentes da EDPR que continuem na sociedade após a OPA estão adequadamente acautelados pelo compromisso da EDP de manter ordem permanente de compra".
A eléctrica sob o comando de António Mexia abre portas, neste processo, a uma fusão com a Renováveis, actualmente com sede em Espanha. "Caso venha a ocorrer uma fusão transfronteiriça, a sociedade incorporante será a EDP e a sociedade incorporada será a EDP Renováveis, a qual, em virtude da referida fusão, deixará de existir e consequentemente as acções representativas do seu capital deixarão de se encontrar admitidas à negociação no mercado regulamentado Euronext".
Sobre este ponto da fusão, o Haitong Bank levanta dúvidas por não ser um procedimento claro. "A partir do momento em que a EDP afirmou que a fusão irá implicar a exclusão da negociação da Renováveis, tal ameaça parece mais credível do que antes. Assim, a questão é que não é clara a compensação que terão os accionistas da EDPR sob tais circunstâncias", frisa Jorge Guimarães.
Em relação às duas acções do grupo EDP, o Haitong Bank acredita que, "no jogo de risco/recompensa é preferível apostar na EDP do que na EDP Renováveis", já que a empresa liderada por João Manso Neto está a negociar em bolsa acima do preço da OPA.
Esta quinta, os títulos da Renováveis deslizam 1,94% mas seguem nos 6,889 euros, um prémio de 2% face aos 6,75 euros pagos na OPA. O preço-alvo do Haitong para a Renováveis é 6,80 euros. A EDP, que assinou um contrato com o Santander no valor de 1,23 mil milhões de euros para financiar o negócio, perde 1,12% para 2,826 euros.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.