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Santander financia OPA de 1,32 mil milhões da EDP à Renováveis

A EDP pode ter de gastar 1,32 mil milhões de euros na OPA à Renováveis. Para isso, assinou um contrato de financiamento com o espanhol Santander. Mas a eléctrica dispõe de liquidez superior àquele valor. E vendeu a Naturgas.

Miguel Baltazar
06 de Julho de 2017 às 09:36
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O Santander é o financiador da oferta pública de aquisição lançada pela EDP à EDP Renováveis, operação que tem início esta quinta-feira. O negócio, a 6,75 euros por acção, pode custar 1,32 mil milhões de euros à eléctrica sob o comando de António Mexia (na foto). 

 

"O montante potencial máximo dos fundos necessários à aquisição das acções é de 1.323.164.065,50 euros", indica o prospecto da operação, divulgado na quarta-feira, relevado antes do arranque da operação.

 

Para provar que dispõe do valor, a EDP e o Santander "celebraram um contrato de financiamento nos termos do qual estão assegurados os fundos necessários para pagar a contrapartida total oferecida". No documento, publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a eléctrica indica que este financiamento deverá ser cancelado "no prazo máximo de 364 dias".

 

Apesar do financiamento, a empresa, que pretende adquirir os cerca de 22,5% da EDP Renováveis que não detém, refere ter fundos acima do valor necessário para a operação, que se estende até 3 de Agosto. 

 

"A oferente dispõe de liquidez em montante superior ao montante potencial máximo dos fundos necessários à aquisição das acções, designadamente através de uma linha de crédito, com compromisso de tomada firme, num montante global de 3.150.000.000 euros, que à data do presente prospecto se encontra disponível no montante de 3.150.000.000 euros, podendo a oferente utilizar os referidos fundos para pagar a contrapartida da oferta", concretiza o documento.

 

Além disso, a EDP vendeu a Naturgas, a empresa de gás em Espanha, por 2,5 mil milhões de euros e o encaixe financeiro recebido pela eléctrica "será parcialmente aplicado na aquisição de acções da EDPR no âmbito da oferta". Contudo, a empresa refere que "o financiamento da oferta não se encontra dependente da conclusão da referida transacção".

 

Seja qual for o resultado da OPA, em que a companhia liderada por António Mexia pretende retirar a Renováveis de bolsa (há um mecanismo de protecção dos investidores aprovado pela CMVM), os contratos de financiamento da EDP não têm qualquer cláusula que obrigue ao reembolso antecipado, sublinhado a EDP no prospecto.

 

Sendo o Santander o financiador da OPA, o Santander Totta é um dos intermediários financeiros da operação, a par do Millennium ib, casa de investimento do BCP.

 

Em 2008, na operação de estreia em bolsa da Renováveis, o Millennium tinha já estado na equipa de coordenadores globais do IPO, juntamente com o BESI, CaixaBI, Citigroup, Morgan Stanley e UBS. 

A EDP Renováveis entrou em bolsa a 8 euros em 2008. A eléctrica avança agora com uma oferta que visa a sua exclusão de negociação bolsista a 6,75 euros. Esta quinta-feira, os títulos da empresa de energias verdes cedem 0,64% para valerem acima da contrapartida, fixando-se nos 6,98 euros.

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