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Haitong: Fecho de posições curtas pode travar queda do BCP
O Haitong diz que "ok" do BCE ao reembolso da ajuda estatal do BCP é um factor positivo no aumento de capital do BCP.
O mercado já estava à espera do aumento de capital do Banco Comercial Português, refere o Haitong numa nota diária enviada a clientes esta terça-feira, em reacção à oferta pública de subscrição (OPS) de 1,33 mil milhões de euros ontem anunciada pelo banco.
O banco de investimento realça como factor positivo o facto de este reforço de capital servir para reembolsar a última tranche de ajuda estatal, no valor de 700 milhões de euros.
"O facto de o BCE ter aprovado o reembolso dos CoCo é na nossa perspectiva positivo, pois pode significar que o BCE acredita que este aumento de capital é suficiente, em conjunto com os lucros antes de provisões que deverá atingir em 2017, para o BCP resolver os seus problemas de capital", refere o Haitong.
O banco de investimento destaca dois factores que podem ajudar no curto prazo a travar a queda das acções, compensando a forte diluição que resulta do aumento de capital, bem como do elevado desconto a que as acções vão ser vendidas.
O primeiro diz respeito à participação da Sonangol no aumento de capital. A empresa angolana ainda não comunicou se vai investir na operação, mas se a decisão for nesse sentido e a Sonangol também elevar a sua posição para 30%, "uma parte substancial do aumento de capital (cerca de dois terços) já ficaria subscrito".
A Fosun deu uma ordem de subscrição para reforçar no BCP através deste aumento de capital, dos actuais 16,67% para 30%. A subscrição do restante capital está garantida já que houve uma tomada firme por parte de um consórcio de bancos.
O outro facto diz respeito aos investidores que têm posições curtas no BCP (recentemente ascendia a cerca de 4% do capital).
"A necessidade de alguns ‘hedge funds’ fecharem as suas posições curtas pode representar uma forte compensação à elevada diluição que resulta deste aumento de capital", refere o Haitong.
As acções do BCP seguem a desvalorizar 9,16% para 0,9458 euros, aliviando de uma queda máxima de 16,44% registada logo no início da sessão, para 0,87 euros (novo mínimo histórico).