A Sonae divulga a 12 de Maio os resultados relativos ao primeiro trimestre de 2016. Um período no qual o CaixaBI antevê um forte crescimento dos lucros, que terão atingido os 37 milhões de euros. Mas a previsão é baseada em operações financeiras, sendo que o banco acredita num arranque de ano "suave".

"As nossas estimativas actuais apontam para que a Sonae tenha atingido 1.182 milhões de euros em vendas durante o primeiro trimestre", escreve José Mota Freitas, numa nota de análise a que o Negócios teve acesso. A previsão do analista do CaixaBI pressupõe um crescimento homólogo de 3%, que "deverá resultar maioritariamente da expansão de área de vendas da Sonae MC durante os últimos 12 meses".

Já a evolução do EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) terá sido negativa. O CaixaBI aposta que terá recuado 20% para 47 milhões de euros, resultando da "descida de facturação da Sonae RP, embora estejamos a considerar também uma descida de cerca de 60 pontos base na margem EBITDA da Sonae MC".

Ainda assim, a perspectiva é que os lucros da retalhista nacional tenham crescido de 20 milhões para 37 milhões de euros. Um desempenho que, antevê José Mota Freitas, reflectirá "os ganhos gerados pelas operações de 'sale and leaseback' (venda e consequente arrendamento de activos) ocorridas no primeiro trimestre".

"Como um todo, esperamos vir a verificar que a Sonae teve um arranque suave do ano de 2016", defende o CaixaBI. Mas o banco salienta que "os resultados da Sonae no primeiro trimestre costumam apresentar o mais baixo valor de margem EBITDA do ano, bem como a variação de fundo de maneio mais adversa". E aconselha "prestar atenção à evolução efectiva da margem EBITDA do retalho alimentar, dado que poderá proporcionar um vislumbre do que se irá passar nos próximos trimestres".

Actualmente, o CaixaBI atribui um preço-alvo de 1,55 euros à Sonae e, por isso, uma recomendação de "comprar". Isto porque a avaliação atribui um potencial de valorização de 65% à retalhista nacional, dada a actual cotação das acções. Estas seguem a recuar 0,11% para 0,939 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.