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Nos convoca AG e mantém dividendo nos 27,8 cêntimos
A reunião de acionistas vai deliberar sobre a proposta de distribuir 143,2 milhões de euros em dividendos.
A Nos anunciou hoje a convocatória da assembleia geral para 19 de junho, que será realizada por meios telemáticos (não presencial), tendo mantido a proposta de remunerar os acionistas com um dividendo de 27,8 cêntimos, tal como tinha sido anunciado quando apresentou os resultados de 2019.
No segundo ponto da ordem de trabalhos os acionistas vão deliberar sobre o pagamento de 143,2 milhões de euros em dividendos ordinários, o que representa 0,278 euros por ação.
De acordo com a convocatória, a Nos apurou um resultado individual de 297,1 milhões de euros, pelo que para reservas livres vão ser transferidos 153,9 milhões de euros. Já os administradores recebem 1,28 milhões de euros.
Em termos consolidados, a Nos apurou um resultado líquido de 143,5 milhões de euros, pelo que o "payout" é de 100%.
O dividendo de 27,8 cêntimos traduz um corte de 21% face aos 35 cêntimos que foram pagos no ano passado, sendo esta a primeira redução desde 2012. A operadora de telecomunicações, que registou prejuízos no primeiro trimestre, justificou a redução com o investimento que vai efetuar no 5G.
A Nos é assim das últimas cotadas do PSI-20 a anunciar a convocação da assembleia geral, sendo que outras cotadas (como a Corticeira Amorim) adiaram a reunião de acionistas.
A "Nos decidiu proceder à realização da sua assembleia geral anual de acionistas exclusivamente por meios telemáticos, promovendo o voto por meios eletrónicos e substituindo o voto por correspondência postal pelo voto por correspondência eletrónica".
Além dos dividendos, os acionistas vão deliberar sobre a ratificação dos administradores Ana Rita Cernadas, Cristina Maria Jesus Marques e José Carvalho Freitas, bem como a nomeação de Ângelo Paupério para chairman. Estas alterações já tinham sido comunicadas no âmbito da saída dos administradores ligados a Isabel dos Santos.
Além da pandemia, o atraso na marcação da AG aconteceu numa altura em que a participação de Isabel dos Santos na Zopt, maior acionista da Nos, foi congelada pelo Tribunal Criminal de Lisboa.
A Zopt, detida em partes iguais pela Sonaecom e Isabel dos Santos, ficou assim limitada nos seus direitos de voto e nos direitos de receber dividendos da Nos – onde detém 52,15% do capital. O arresto é de 26% da participação na Nos, pelo que a Zopt só poderá exercer o direito sobre os outros 26%.
Por ter também sido arrastada nesta decisão, a Sonaecom já fez saber que vai contestar, considerando ilegal a privação dos direitos de voto.