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Nos ainda sem AG marcada "por causa da covid-19"
A assembleia-geral de acionistas da Nos, onde será votada a distribuição de dividendos, ainda não tem data agendada. A operadora justifica situação com a pandemia.
A Nos ainda não agendou a assembleia-geral de acionistas por causa da pandemida da covid-19. A justificação foi dada esta quinta-feira pelo administrador financeiro da operadora, José Pedro Pereira da Costa, durante a conferência telefónica com analistas no âmbito dos resultados do primeiro trimestre.
Questionado sobre os planos de distribuição de dividendos, o responsável explicou que a proposta do conselho de administração será votada na futura reunião de acionistas que será agendada até 30 de junho, cumprindo assim o alargamento do prazo para a realização de assembleias-gerais avançado pela CMVM.
A Nos decidiu cortar a remuneração aos acionistas devido aos custos que vai ter com a implementação da rede de 5G. O dividendo baixa, assim, 21% para 27,8 cêntimos por ação, com a empresa ainda assim a entregar todos os lucros de 2019 aos acionistas, quando nos exercícios anteriores o "payout" era bem superior a 100%.
Além da pandemia, esta situação de não haver ainda data fechada para a AG acontece também numa altura em que a participação de Isabel dos Santos na Zopt, maior acionista da Nos , foi congelada pelo Tribunal Criminal de Lisboa.
A Zopt, detida em partes iguais pela Sonaecom e Isabel dos Santos, ficou assim, limitada nos seus direitos de voto e nos direitos de receber dividendos da Nos – onde detém 52,15% do capital. O arresto é de 26% da participação na Nos, pelo que a Zopt só poderá exercer o direito sobre os outros 26%.
Por ter também sido arrastada nesta decisão, a Sonaecom já fez saber que vai contestar, considerando ilegal a privação dos direitos de voto.
Na quarta-feira a Nos anunciou também que devido à covid-19 encerrou o primeiro trimestre com prejuízos de 10,4 milhões de euros, um valor que compara com o lucro de 42,5 milhões de euros registado em igual período do ano passado. Em causa estão as provisões para fazer face ao aumento de dívidas incobráveis e as perdas de 8,8 milhões de euros nas participações na Sport TV e na Zap.
Desde que a empresa assumiu a identidade Nos, em 2014, nunca tinha tido resultados negativos. É preciso recuar ao quarto trimestre de 2013, na altura ainda sob a designação Zon Optimus, para ver o resultado líquido atingir valores negativos (de 13 milhões de euros devido a custos com a fusão).