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Corte da S&P ofusca efeito Carlos Costa. BES encerra a cair quase 8%

Os títulos do Banco Espírito Santo regressaram a terreno negativo depois de, na passada quarta-feira terem subido quase 20%. A pressionar a evolução dos títulos do banco liderado por Vítor Bento esteve o corte de “rating” em dois níveis por parte da agência S&P.

Bruno Simão/Negócios
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As acções do Banco Espírito Santo regressaram ao vermelho. Os títulos do banco actualmente liderado por Vítor Bento encerraram a cair 7,91% para 41,9 cêntimos. Trocaram de mãos mais de 72 milhões de títulos, quando a média diária dos últimos seis meses é de mais de 31 milhões de acções. Ao longo da sessão desta quinta-feira, os títulos do BES chegaram a recuar 14,07% para 39,1 cêntimos. Desde o início do ano, o banco já perdeu 55,38% do seu valor e tem uma capitalização bolsista de 2.356 milhões de euros.

 

A queda acentuada desta quinta-feira surge um dia depois da agência S&P cortar o "rating" do banco em dois níveis para o sexto nível de "lixo" depois de a Rioforte ter falhado o pagamento de 847 milhões de euros em papel comercial à Portugal Telecom.

 

Já durante a manhã desta quinta-feira, a Moody’s também voltou a cortar "rating" da ESFG em dois níveis. "A descida [do rating] da ESFG reflecte o aumento do risco de incumprimento da ESFG e as perdas significativas dos credores da ESFG em resultado dos muito recentes desenvolvimentos na ESFG e dos seus accionistas com problemas", explica a Moody’s referindo-se à Espírito Santo International (ESI) e à Rioforte.

 

A manhã foi ainda marcada pela divulgação da lista de instituições financeiras onde o BES detém uma participação maioritária ou onde o seu peso significativo na gestão. No total, são 14 instituições financeiras em que o BES detém uma posição maioritária ou com um peso significativo na sua gestão.

 

As principais preocupações dos investidores estão relacionadas com a situação financeira do Grupo Espírito Santo (GES) e o impacto dos problemas das empresas no BES. Os investidores aguardam pela divulgação do plano de reestruturação do GES para perceberem os problemas efectivos e as soluções encontradas.

 

Esta é a primeira vez em cinco dias em que a proibição de "short selling", ou seja, vendas a descoberto não foi aplicada. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não voltou a proibir a aposta na queda do preço das acções esta quinta-feira, depois de ter vindo a renovar a proibição desde sexta-feira.

 

O comportamento dos títulos da instituição liderada por Vítor Bento na sessão de hoje contraria os ganhos registados nesta quarta-feira, dia em que o banco avançou mais de 20%, impulsionado pelas declarações do Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, à TVI, na terça-feira, 15 de Julho. O responsável assegurou que "se algum capital adicional fosse necessário, por força de riscos que neste momento não estamos a ver, seguramente que há accionistas interessados em participar num aumento de capital do BES".

 

Estas declarações foram suficientes para acalmar os ânimos dos investidores, que no dia anterior tinham chegado a provocar uma queda superior a 20% das acções do banco para 35,5 cêntimos, o que corresponde ao valor mais baixo de sempre. E foram suficientes porque diminuíram os receios dos investidores em relação à entrada de capital do Estado no banco. Tal como o Negócios explicou ontem, os accionistas do BES perdem tudo se o Estado entrar no banco. Porém, com o corte de "rating" os receios dos investidores voltaram a fazer-se sentir. 

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