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Saída dos direitos do BCP dá ganho extra de 1,7% ao PSI-20

A valorização de hoje do PSI-20 não reflecte apenas a variação das acções que o compõem, mas também o ajuste que foi efectuado ao valor do índice para reflectir a exclusão dos direitos de subscrição do BCP.

Miguel Baltazar/Negócios
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O PSI-20 fechou a sessão de quinta-feira, 2 de Fevereiro, nos 4.498,21 pontos. Na abertura da sessão desta sexta-feira, 3 de Fevereiro, marcava 4.577,19 pontos, o que representa uma valorização de 1,76%.

 

Mas ao contrário do que é habitual todos os dias, este ganho não reflecte apenas a variação das acções que compõem o índice na abertura da sessão. É que os direitos de subscrição do aumento de capital do Banco Comercial Português deixaram de negociar em bolsa na passada segunda-feira, 30 de Janeiro, mas ainda mandam na evolução do principal índice da bolsa nacional.

 

Só esta sexta-feira é que a cotação do PSI-20 foi ajustada para reflectir a exclusão dos direitos do cálculo do índice, o que teve um efeito positivo considerável no seu valor. Segundo a Euronext, este ajuste adicionou 75,71 pontos à cotação do PSI-20, o que corresponde a uma subida de 1,7%. É por isso que o PSI-20 está já a valorizar mais de 2% a meio da manhã quando as variações das cotações das acções que integram a carteira do índice não o justificam.

 

"É um ajuste para cima, que se deve ao ajuste do preço dos direitos face ao valor das acções. O valor dos direitos esteve fixo até ontem [quinta-feira] e estava bastante abaixo do valor das acções tido em conta para o cálculo do índice durante estes dias," explicou ao Negócios fonte da Euronext, que acrescenta que é um movimento previsto e que os "membros do mercado" foram informados nesta quinta-feira da alteração que se iria produzir.

 

O ajuste no PSI-20 acabou assim por ter um efeito positivo no valor do índice já que os direitos de subscrição do aumento de capital do BCP negociaram sempre abaixo do valor teórico de 16 de Janeiro (dia em que as acções ajustaram para reflectir o destaque dos direitos). E também transaccionaram em bolsa sempre abaixo do valor de equilíbrio que resultava da cotação das acções. Os direitos negociaram pela última vez a valer 58 cêntimos, o que apontava para uma cotação teórica da acção de 13,27 cêntimos. As acções negoceiam esta sexta-feira acima dos 16 cêntimos.

 

Agora, com a exclusão dos direitos do cálculo do índice, o valor do PSI-20 foi influenciado de forma positiva através de um ajuste efectuado ao valor de fecho de ontem do índice, que se reflecte no valor de hoje na abertura. Daí a subida acentuada do índice na sessão desta sexta-feira, quando a evolução das acções não o justifica.

 

O ajuste no PSI-20 (75,71 pontos), foi efectuado no dia em que o BCP vai anunciar os resultados do aumento de capital, sendo já sabido que foi subscrito na íntegra, pelo que o encaixe de 1,33 mil milhões de euros está assegurado sem necessidade de tomada firme por parte dos bancos. As novas acções que vão ser creditadas nas contas dos accionistas que exerceram os direitos deverão estar disponíveis para negociar em bolsa a partir da sessão de 9 de Fevereiro.

 

O BCP passará a ter um capital representado por 15,11 mil milhões de acções, o que tendo em conta a actual cotação, aponta para uma capitalização bolsista de 2,45 mil milhões de euros. As acções sobem 0,25% para 0 16,2 cêntimos.

 

O impacto do aumento de capital do BCP no PSI-20

As alterações em duas datas

O anúncio da comissão gestora dos índices da Euronext detalha os ajustes que foram efectuados ao PSI-20 no âmbito do aumento de capital do BCP e a negociação em bolsa dos direitos de subscrição.

Na nota enviada ao mercado, a Euronext explica que "tendo em conta as características da emissão de acções anunciada pelo BCP", foi decidido "efectuar um ajuste extraordinário no PSI-20".

Este ajuste foi efectuado em dois passos e em duas datas diferentes, que estão detalhados em baixo.

 

17 de Janeiro

 

A partir da sessão de 17 de Janeiro (fecho de 16 de Janeiro) a cotação das acções do BCP passou a reflectir o destaque dos direitos, pelo que o ajuste técnico teve impacto no PSI-20. "O valor de fecho da acção do BCP será ajustado com o valor teórico do direito", refere a nota da Euronext.

 

O aumento de capital passou a reflectir-se no valor do PSI-20 através da inclusão da cotação dos direitos (numa primeira fase ao preço teórico), bem como da subscrição das novas acções. "A componente ‘cash’ é baseada no preço de subscrição de 9,4 cêntimos. O número de acções da componente ‘cash’ será igual a 15 vezes o actual número de acções do BCP para efeitos do índice", acrescenta.

 

Quando os direitos foram destacados, os accionistas receberam um direito por cada acção detida, sendo que cada direito permite a subscrição de 15 novas acções mediante o pagamento de 9,4 cêntimos por cada uma.

 

3 de Fevereiro

 

O fim da negociação dos direitos só é reflectido na sessão de 3 de Fevereiro, através das seguintes operações:

 

- Os direitos de subscrição serão removidos do índice
- A componente ‘cash’ será removida do índice

- O número de acções do BCP será aumentado

(notícia actualizada para dar conta do valor exacto do ajuste)

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