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BCP afunda mais de 10%
Os títulos do banco liderado por Nuno Amado afundam mais de 10% dois dias antes da dispersão em bolsa das novas acções. Na banca europeia, o dia também é de perdas.
Depois de duas sessões consecutivas de fortes ganhos, os títulos do BCP voltaram a afundar em bolsa, num dia de perdas generalizadas para a banca europeia.
As acções do banco liderado por Nuno Amado descem 10,32% para 15,55 cêntimos, depois de terem chegado a desvalorizar um máximo de 12,11% para 15,24 cêntimos durante a manhã.
Só nas primeiras quatro horas de negociação já trocaram de mãos mais de 30 milhões de títulos, um valor superior à média diária dos últimos seis meses, que não vai além dos 21,5 milhões.
Esta descida acontece dois dias antes da dispersão em bolsa das novas acções (9 de Fevereiro) e depois de o BCP ter completado duas sessões de fortes ganhos, com subidas superiores a 3%.
Na sessão de ontem, o BCP foi a única cotada do PSI-20 a encerrar em alta, reflectindo o anúncio, na sexta-feira, de que a instituição concretizou o encaixe de 1,33 mil milhões de euros no aumento de capital, com a procura na operação a superar a oferta em mais de 20%. A Fosun reforçou o estatuto de maior accionista, passando a deter perto de 24% do capital do banco, enquanto a Sonangol manteve o estatuto de segundo maior accionista, com cerca de 15% do capital.
Já na segunda-feira, o banco informou que a gestora de activos norte-americana BlackRock passou a ser a terceira maior accionista, com mais de 3% do capital do banco.
Tal como avançou o Negócios na sexta-feira, o aumento de capital atraiu o interesse dos investidores institucionais estrangeiros, que passaram a deter um quarto do capital do banco, quando antes detinha menos de 20%.
Também os pequenos accionistas do BCP aderiram à operação, ao ponto de terem ficado com uma fatia entre 30% e 35% do capital do banco. Esta percentagem supera as estimativas iniciais da gestão, que admitia que os investidores de retalho ficassem com menos de 30% do banco, contra os anteriores 40%.
A forte descida das acções do BCP acontece num dia em que a banca europeia está no vermelho, sendo o sector que mais penaliza os principais índices bolsistas.
A maior desvalorização é protagonizada pelo BNP Paribas, que perde 4,28% depois de o banco francês ter apresentado um resultado líquido de 7,7 mil milhões de euros no ano passado, um valor aquém do previsto.
Com quedas acentuadas seguem ainda os espanhóis CaixaBank e Bankinter e os italianos Banco BPM, UBI Banca e Mediobanca.
(Notícia actualizada às 12:04 com cotações do BCP)