Notícia
BCP dispara 9% e já anula quedas com anúncio do aumento de capital
As acções do maior banco privado português estão a acelerar a tendência de alta da abertura e estão perto de apresentar um saldo positivo no acumulado do ano.
O Banco Comercial Português volta esta segunda-feira, 6 de Fevereiro, a registar uma sessão de ganhos acentuadas na bolsa portuguesa, reagindo às várias notícias que decorrem da conclusão do aumento de capital, na passada sexta-feira.
As acções valorizam 9,29% para 18,35 cêntimos, uma cotação que já supera o valor ajustado no final da sessão de 9 de Janeiro, dia em que o banco liderado por Nuno Amado anunciou a realização de um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros.
Nos dias seguintes ao anúncio e quando foram negociados em bolsa os direitos de subscrição do aumento de capital as acções foram fortemente pressionadas, sobretudo devido à venda dos títulos por parte dos accionistas que não pretendiam participar na operação.
Contudo, já sobem 25% no conjunto de cinco sessões, beneficiando com os sinais de que o aumento de capital iria ser concretizado com sucesso. A cotação desta segunda-feira já supera o valor ajustado de 9 de Janeiro (nesse dia negociou num máximo de 18,26 cêntimos) e o valor de fecho de 2016 (18,45 cêntimos).
Na sexta-feira o banco anunciou que concretizou o encaixe de 1,33 mil milhões de euros, com a procura na operação a superar a oferta em mais de 20%. A Fosun reforçou o estatuto de maior accionista, passando a deter perto de 24% do capital do banco, enquanto a Sonangol manteve o estatuto de segundo maior accionista, com cerca de 15% do capital.
Já esta segunda-feira o BCP anunciou que a BlackRock, gestora de activos norte-americana, passou a ser a terceira maior accionista, com mais de 3% do capital do banco.
Segundo noticiou o Negócios na sexta-feira, o aumento de capital atraiu o interesse dos investidores institucionais estrangeiros, que passaram a deter um quarto do capital do banco, quando antes detinha menos de 20%.
Também os pequenos accionistas do BCP aderiram à operação, ao ponto de terem ficado com uma fatia entre 30% e 35% do capital do banco. Esta percentagem supera as estimativas iniciais da gestão, que admitia que os investidores de retalho ficassem com menos de 30% do banco, contra os anteriores 40%.
O Negócios noticia hoje que concluído o aumento de capital de 1.330 milhões de euros, colocado integralmente entre accionistas e no mercado, o BCP vai avançar desde já com a liquidação da última fatia de 700 milhões de euros de ajuda do Estado.
E que a emissão de novas acções vai reforçar o peso do banco no PSI-20 para cerca de 10%, quando antes do aumento de capital era de cerca de 4%.