Os resultados dos CTT ficaram acima do esperado pelos analistas nos primeiros três meses do ano. Mas as acções estão a cair. Há um sentimento misto em relação à empresa. 

O CaixaBI deixa elogios às contas, em que a empresa liderada por Francisco Lacerda apresentou um crescimento de 23,5% dos lucros para 22,3 milhões: "os sólidos resultados mostraram as receitas a crescer a um dígito elevado beneficiando da melhoria da conjuntura macroeconómica [e] da utilização da alavanca preço no segmento de correio".

Mas as receitas, que avançaram 8,4%, além de impulsionadas pelo correio, tiveram uma grande ajuda dos serviços financeiros, embora tenha sido um "efeito não recorrente", como alertam os analistas da unidade de investimento da CGD Carlos Jesus e Artur Amaro. Em Janeiro, houve uma corrida aos produtos de poupança do Estado, vendidos aos balcões dos CTT, já que no mês seguinte houve um corte nas remunerações indexadas aos Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro Poupança Mais.

O BPI Equity Research também sublinha que o volume de proveitos foi melhor do que o esperado: ficou-se pelos 191 milhões quando esperava 183 milhões. Mas defende que este factor foi "ofuscado" pelo facto de a geração de caixa (cash flow, o dinheiro gerado entre saídas e entradas durante o período) ter ficado aquém do previsto.

Uma tendência que Carlos Peixoto espera vir a inverter-se no próximo trimestre embora sublinhe que, nesse período, também os volumes venham a cair. 

Em relação ao futuro, o CaixaBI também tem uma preocupação: "Salientamos pela positiva o menor declínio dos volumes de correio transportado, embora seja possível que os próximos trimestres mostrem uma reversão deste comportamento"

Os CTT estão a perder terreno esta quinta-feira na bolsa de Lisboa, numa tendência que se tem vindo a intensificar ao longo da manhã. Os títulos da companhia estão a ceder 1,08% para os 10,09 euros, estando avaliada em 1,5 mil milhões de euros. A empresa não fecha abaixo dos 10 euros desde 17 de Abril.