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Quedas excessivas nas bolsas? SocGen diz que S&P 500 pode afundar 75%

O Société Générale acredita que as acções americanas podem voltar a níveis de Março de 2009, quando bateram no fundo. E, no pior cenário, o índice americano S&P 500 pode tombar cerca de 75%.

Bloomberg
13 de Janeiro de 2016 às 12:52
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As desvalorizações acentuadas que marcaram o início do ano nas bolsas lançaram o debate no sector financeiro, com vários especialistas a apontarem as quedas como excessivas, enquanto outros argumentam que as descidas ainda agora começaram. Mas, por mais negativas que as opiniões sejam, nenhuma vai tão longe como o Société Générale. O banco diz que as acções americanas podem afundar até 75%.


Apenas nas primeiras seis sessões de 2016, os principais índices accionistas mundiais registaram descidas em torno de 6%, com os investidores a fugirem das acções perante o agravamento da situação na China. Um comportamento negativo que, na opinião do SocGen, pode ser apenas uma pequena amostra do que poderá acontecer nos próximos meses.


"O mercado accionista dos EUA continua num ‘mercado urso’ em termos de avaliações que não se completou em Março de 2009, quando o S&P 500 tocou em 666 pontos e nós vamos ver novos mínimos" nos mercados, antecipa o analista Albert Edwards numa nota divulgada esta quarta-feira, 13 de Janeiro.


Mas, se estas perspectivas já implicam uma quebra de 65% face aos níveis actuais, num quadro mais pessimista o tombo pode ser ainda maior. "Se eu estiver certo, o S&P cairia para 550 pontos, uma queda de 75% face ao recente pico nos 2.100 pontos", diz o mesmo especialista.


Edwards justifica esta visão extremista, que enquadra na sua tese "Idade do Gelo", com a crise na China e a desvalorização do yuan – que vai resultar em recessão e deflação a nível global – , num ambiente em que as avaliações dos activos estão demasiado elevadas devido à política monetária nos EUA.


Avaliações na estratosfera


Os estímulos da Fed "podem não ter feito muito para melhorar o crescimento nos EUA, mas seguramente inflacionaram os preços dos activos globais para a estratosfera", explica a mesma nota.


Para o analista, um dos principais problemas destas políticas monetárias que se revelaram ineficazes para suportar o crescimento da economia é o facto de terem alimentado uma confiança excessiva nos mercados. E a factura poderá ser elevada.


"Se eu estiver certo e apenas termos assistido a um ‘mercado touro’ cíclico dentro de um ‘mercado urso’ secular, então a próxima recessão vai trazer problemas reais para investidores mal preparados para as avaliações das acções caírem para novos mínimos", argumenta o especialista, que prevê que a Fed use "todas as armas disponíveis" para combater um novo "mercado urso".


Nos últimos dias intensificou-se o debate entre os bancos de investimento que mantêm uma visão negativa para as acções e os que vêem nas quedas uma oportunidade de entrada. Tal como o SocGen que vê as acções americanas a voltarem a níveis de 2009, figuras como Marc Faber ou George Soros também alertaram para um "crash" nas bolsas.


Já o JPMorgan e o Royal Bank of Scotland recomendaram aos seus clientes que vendessem todas as acções, para se protegerem de uma crise que estará apenas a começar nas bolsas.

 


A volatilidade das bolsas vai continuar?
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Patrícia Abreu, jornalista do Negócios, antecipa o que pode ser 2016 nos mercados accionistas, que arrancaram o ano em queda. Há analistas optimistas, há outros pessimistas.

Correcção técnica?


Há, porém, quem rebata estas perspectivas catastróficas. É o caso de entidades como o BofA, o Goldman Sachs, ou o Citi. Ainda que vejam mais quedas nos mercados, os especialistas acreditam que as acções vão recuperar e podem valorizar entre 10 a 20%, no caso das acções europeias, segundo o Goldman Sachs.


Para estes bancos de investimento, a rápida correcção das acções foi excessiva e trata-se de um movimento técnico, com os fundamentais a manterem-se favoráveis ao investimento em activos de risco.

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