Após uma queda superior a 4%, o PSI-20 segue agora a cair 2,69% para 6.006,08 pontos, o valor mais baixo desde Outubro do ano passado. Das 19 cotadas que compõem o índice, 18 estão no vermelho e uma está inalterada. No resto da Europa, o sentimento é também de perdas.

O BES, que começou a negociar pouco depois das 10 horas desta quinta-feira, segue a perder 25,65% para 25,8 cêntimos. Com base neste valor, o banco actualmente liderado por Vítor Bento tem uma capitalização bolsista de 1.440 milhões de euros e, desde o início do ano, já perde 72,74% em bolsa.

Pouco depois de ter começado a negociar, o BES chegou a descer 51,01% para 17 cêntimos, o valor mais baixo de sempre. Ainda ontem, o título renovou um mínimo histórico ao tocar nos 34,3 cêntimos. No entanto, não são só as acções do BES que estão sob pressão. A dívida subordinada, aquela com menos garantias, está a ser negociada a menos de 60% do valor nominal. Os analistas temem que sejam impostas perdas a estes títulos.

O banco apresentou, esta quarta-feira, 30 de Julho, os resultados relativos aos primeiros seis meses do ano. Neste período, o banco registou prejuízos em torno dos 3,5 mil milhões de euros, um valor histórico. Em comunicado, o actual líder do banco Vítor Bento assumiu a necessidade do aumento proceder a um aumento de capital entre os 1.500  e os 3.000 milhões de euros.

No resto do sector financeiro, o sentimento é igualmente negativo. O BCP perde 3,21% para 10,85 cêntimos, o BPI cai 1,77% para 1,495 euros e o Banif desvaloriza 4,30% para 0,0089 euros.

A Portugal Telecom desce 6,52% para 1,576 euros. E a Nos recua 0,34% para 4,351 euros. Esta quarta-feira, 30 de Julho, a Nos apresentou os resultados semestrais. No primeiro semestre do ano a empresa registou um lucro de 43,7 milhões de euros, menos 24,8% do que em igual período do ano passado, revelou a operadora de telecomunicações em comunicado enviado para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Durante este período, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) caiu 5,3% para os 263,5 milhões. As receitas de exploração alcançaram os 682,3 milhões de euros (mais 3,8%), com a maior a ter origem nas receitas de consumo (412,3 milhões).

Na energia, a EDP perde 1,06% para 3,535 euros. Ontem, a agência de notação financeira Moody’s decidiu manter o "rating" da EDP em ‘Ba1’, isto é, no primeiro nível de "junk". Mas o "outlook" foi melhorado, passando de negativo para positivo, o que significa que a Moody’s deverá em breve colocar a eléctrica liderada por António Mexia na categoria de investimento.

A EDP Renováveis cede 1,86% para 5,278 euros, a Galp Energia soma 0,04% para 13,19 euros. E a Ren, desce 0,90% para 2,63 euros. Ontem, a Moody’s subiu o "rating" da REN para 'Baa3', que é o último nível do grau de investimento. Ou seja, deixou de considerar a dívida de longo prazo da empresa como estando numa categoria especulativa, ou seja, "lixo".

Já a Jerónimo Martins desliza 2,08% para 9,89 euros. Ontem, após o fecho do mercado nacional a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) decidiu impedir que, na sessão desta quinta-feira, os investidores apostem na desvalorização das acções. "A flutuação do preço das acções em causa não pode excluir a ocorrência de um fenómeno de especulação com impacto negativo", indica o regulador do mercado de capitais liderado por Carlos Tavares no comunicado em que dá conta da proibição da prática de "short selling" na sessão de quinta-feira, 31 de Julho.

A Sonae desce 3,11% para 1,122 euros.