Notícia
Pharol volta a afundar mais de 8% em dois dias
A guerra de poder na Oi está bem acesa e está a provocar quedas acentuadas na Pharol. As acções estão a acumular uma descida superior a 8% nos últimos dois dias, com um volume acima da média.
A Pharol está a descer esta quinta-feira quase 3% para 0,206 euros, elevando para quase 8,5% a queda em dois dias. E o volume tem sido elevado. Em cerca de duas horas de negociação já trocaram de mãos mais de sete milhões de acções da Pharol, quando a média diária dos últimos seis meses é de 7,7 milhões. Desde o início deste ano os títulos da Pharol já perdem mais de 18%.
Os últimos desenvolvimentos estão relacionados com o afastamento de alguns administradores, entre eles o presidente executivo da Pharol, Palha da Silva. Uma decisão que foi proferida pelo tribunal que está a acompanhar o plano de recuperação da Oi. Esta decisão suspendeu os direitos dos accionistas.
Os avanços e recuos do aumento de capital
A Pharol foi uma das accionistas que se mostrou contra o plano de recuperação (um processo iniciado em 2016 visando reduzir o passivo da empresa, que ronda os 65,4 mil milhões de reais [cerca de 16 mil milhões de euros]) aprovado em assembleia de credores em Dezembro, que foi promovido pelo seu presidente, Eurico Teles, por determinação judicial, sem ter ido a aprovação do então conselho de administração da Oi.
Para tal, a empresa liderada por Palha da Silva convocou uma AG que decorreu a 7 de Fevereiro e os accionistas presentes aprovaram a propositura de acções contra os directores da empresa e a sua substituição.
Mas, logo no dia seguinte, a Pharol teve uma derrota judicial na intenção de substituir a gestão da Oi, uma vez que a justiça do Brasil concordou com a intenção da operadora brasileira de suspender as deliberações tomadas na assembleia geral extraordinária convocada pela empresa portuguesa.
Entretanto, esta terça-feira, 6 de Março, nova reviravolta: a Pharol conseguiu travar o aumento de capital da Oi previsto no plano de recuperação. Segundo um comunicado da empresa portuguesa, a Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM) do Brasil "decidiu deferir parcialmente o pedido de medidas de urgência apresentado pela Bratel".
A CAM deliberou então que a Oi ficava proibida de avançar com o aumento de capital, que é um factor fundamental no processo de recuperação da operadora. Contudo, no comunicado de hoje, e citando o referido tribunal do Rio de Janeiro, a empresa brasileira diz ter luz verde para avançar com o aumento de capital previsto.