Zeinal Bava bateu com a porta e a Oi está agora a sofrer as consequências no mercado. A operadora brasileira está a tombar 5,42% para 1,57 reais na bolsa de São Paulo na sessão desta quarta-feira, 8 de Outubro.

Zeinal Bava saiu da Oi ao fim de um ano de assumir a liderança da empresa. O director financeiro Bayard Gontijo vai ser o líder interino enquanto a Oi procura um presidente definitivo para o cargo. O nome do fundador e presidente da operadora GVT Amos Genish é o que tem mais força neste momento, segundo a imprensa brasileira.

Os analistas são unânimes em considerar que esta saída acontece num momento em que a empresa vive uma situação financeira "delicada", segundo o Bradesco BBI. "A Oi está mais uma vez sem um líder num momento decisivo", apontam os analistas.

A saída de Zeinal Bava acontece depois de várias notícias darem conta de que os maiores accionistas brasileiros da Oi desejavam a sua saída, depois da compra de 900 milhões de euros de dívida do Grupo Espírito Santo (GES) pela Portugal Telecom. A quebra de confiança aconteceu porque estes investidores consideram que Zeinal Bava teria tido conhecimento prévio da operação, conforme avançou a Valor Econômico.

No entanto, a saída do gestor português acontece num momento de consolidação no mercado brasileiro e antes da fusão entre a Oi e a Portugal Telecom estar fechada.

Depois do leilão 4G no final de Setembro - no qual a Oi não participou - o xadrez das operadoras de telecomunicações no Brasil está em movimento e a Oi não deverá permanecer muito tempo sozinha, conforme apontam os analistas. Das três, uma: ou compra a Tim; ou é comprada por esta operadora; ou funde-se com a mesma.

Se optar por comprar a Tim, detida pela Telecom Italia, e confrontada com o seu elevado endividamento, a Oi precisa de arranjar dinheiro. Neste momento, já é do mercado que está a tentar vender os seus activos em África, incluindo os 25% da angolana Unitel. A necessidade de liquidez também colocou a empresa na mesa de negociações com o fundo Altice para acertar a venda da PT Portugal, como noticiou o Negócios.

Por outro lado, a Oi pode avançar para a compra da Tim em conjunto com as duas maiores operadoras do Brasil: a Claro, da mexicana América Movil de Carlos Slim, e a Vivo, da espanhola Telefónica.

A Oi veio ontem a público dizer que, até ao momento, não recebeu propostas pela PT Portugal e que continua à procura de compradores para África.

Ainda hoje a Telecom Italia veio a público esclarecer que ainda não avançou para a compra da Oi, mas garantiu estar "atenta a quaisquer oportunidades de negócio".

Notícia actualizada às 15h59 com mais informação.