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Nove números que marcam os nove anos em bolsa da Galp Energia

Há exactamente nove anos, a bolsa de Lisboa recebia uma nova cotada: a Galp Energia. Depois da euforia do processo de privatização, o desempenho em bolsa deu motivos para sorrir aos investidores. E, nove anos depois, ainda dá.

Pedro Aperta
24 de Outubro de 2015 às 09:00
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24 de Outubro de 2006. A Galp Energia estreava-se na bolsa de Lisboa. Cada acção foi vendida a 5,81 euros e foram mais de 100 mil os investidores a participar na operação. O primeiro ano foi inesquecível para estes investidores, sobretudo para aqueles que, em Dezembro de 2007, ainda detinham as acções que chegaram aos 19,50 euros. Nove anos depois, o saldo continua a ser positivo, sobretudo se forem tidos em conta os dividendos distribuídos neste período.

5,81€ – Chegou à bolsa como uma das cinco maiores cotadas

O Governo fixou um intervalo de preços entre os 5,06 euros e os 6,12 euros para a venda das acções da Galp Energia, em Outubro de 2006. Acabou por vender os 23% da petrolífera a 5,81 euros. Mas os pequenos subscritores e os trabalhadores beneficiaram de um desconto de 5% e compraram as acções a 5,52 euros. Com esta operação, o Estado encaixou 1.100 milhões de euros e a cotada estreou-se em Lisboa com uma capitalização bolsista superior a 4,8 mil milhões de euros, uma das cinco maiores da altura. Nove anos depois, as acções da petrolífera nunca negociaram abaixo dos 5,81 euros a que foram vendidas.


104.282 – Mais de metade dos investidores não resistiram às mais-valias

Quando chegou à bolsa de Lisboa, a Galp Energia tinha 104.282 accionistas. Este foi o número de investidores que participaram na oferta pública de venda (OPV). Um número que foi demonstrativo do forte interesse que a operação suscitou junto dos investidores. Em Outubro de 2006, só uma cotada tinha mais accionistas: a EDP (344 mil). Mas a forte valorização que a empresa registou nos anos seguintes levou à diminuição do número de investidores no seu capital, que optando por ir realizando mais-valias. Os últimos dados, relativos ao final de 2011, revelavam que a empresa tinha cerca de 41 mil accionistas.


13,16% - A grande empresa da bolsa que se tornou gigante no PSI-20

A Galp Energia já era uma grande empresa quando arrancou para a bolsa. Entrou na praça portuguesa, conseguindo quase de imediato a promoção ao índice de referência português, o PSI-20. Na altura, a petrolífera era grande, mas tinha um peso reduzido na montra da praça nacional. Tinha uma ponderação de apenas 2,4% em 2006, mas tem vindo a crescer.

Num índice com cada vez menos cotadas, a companhia liderada por Carlos Gomes da Silva tem vindo a assumir enorme relevância no rumo do PSI-20. Actualmente, e tendo em conta os cálculos do Negócios, a Galp Energia é a segunda cotada mais "pesada" no índice, com um "peso" de 13,16%, só superada pela Jerónimo Martins. Bate a EDP, que "pesa" 12,42%, mas é a eléctrica que mantém o estatuto de mais valiosa. A eléctrica tem uma capitalização de mercado de 12,46 mil milhões, seguida da Galp Energia com 8,15 mil milhões.


19,50€ – Tupi descobriu o máximo histórico na Galp

O primeiro ano da Galp Energia no mercado accionista nacional foi histórico. As acções da empresa não pararam de subir. Duplicaram, triplicaram e quase quadruplicaram de valor. Em Dezembro de 2007, chegaram aos 19,50 euros, o valor mais elevado em que negociaram nos seus nove anos de história na bolsa. O motivo? Tupi. Em parceria com a Petrobras, a Galp fez uma descoberta no "Tupi Sul", no pré-sal ao largo da Bacia de Santos, no Brasil. Esta foi, à altura, a maior descoberta mundial de petróleo dos últimos 30 anos. O recorde acima dos 19 euros não voltou, contudo, a ser quebrado.


2,625€ - Além das acções, o encaixe com os dividendos

A Galp Energia continua a apresentar uma cotação bastante superior àquela a que entrou em bolsa, há nove anos. Apesar dos altos e baixos, há mais-valias a retirar. E já houve muitos dividendos a receber neste período. No total, tendo em conta o histórico da Bloomberg, a petrolífera já entregou 2,625 euros brutos por cada uma das suas mais de 800 milhões de acções.

A empresa portuguesa é uma das poucas que remunera os investidores duas vezes por ano, sendo que entregou já no final de Setembro os 20,736 cêntimos da primeira tranche referente aos resultados de 2015, sendo que há margem para que continue a elevar o valor a entregar aos investidores.


33,34% - Accionistas acordaram manter posições e relações de poder

Em 2005, um ano antes de ir para o mercado accionista, os principais accionistas da Galp Energia assinaram um acordo parassocial que definia todas as relações de poder na empresa, aquando da entrada no capital da empresa da Amorim Energia. Deste acordo constava uma cláusula que obrigava os principais accionistas, como a Amorim Energia e a ENI, a manterem as suas participações, de 33,34%. Esta obrigação terminou a 31 de Dezembro de 2010. E, nos anos seguintes, registaram-se algumas alterações na estrutura accionista. Em 2012, a italiana Eni iniciou o processo de redução da sua participação após acordo com o accionista maioritário, a Amorim Energia, que detém actualmente 38,34%. No início deste mês, a ENI reduziu a participação na empresa para 5%.


$40,00 – A queda do petróleo que ameaça a aposta no Brasil

A exploração de petróleo tem sido uma das grandes apostas da empresa portuguesa, mas a queda das cotações pode ser uma ameaça. De mais de 100 dólares por barril, com o excesso de oferta no mercado fruto da "guerra" entre a OPEP e os EUA, o Brent e o WTI têm vindo a afundar. O barril negociado em Londres está a 48,06 dólares, um nível que dá pouca margem de lucro à Galp Energia.

A empresa incluiu na apresentação do Dia do Investidor, em Março, realizada em Londres, um gráfico com os valores médios da cotação necessários para que a produção atinja o equilíbrio financeiro ("break-even"). Sustenta que a cotação média para o equilíbrio dos seus projectos se situa abaixo dos 40 dólares.


39,4 – Cada vez mais milhares de barris de petróleo por dia

Foi a descoberta de petróleo no "Tupi Sul" que colocou a petrolífera nacional no mapa das produtoras da matéria-prima. A exploração em parceria com a Petrobras e a BG Group, recentemente adquirida pela Shell, fez do pré-sal brasileiro uma aposta bem sucedida que tem feito crescer, trimestre a trimestre, o negócio da exploração e produção da Galp Energia.

A empresa portuguesa produziu 39,4 mil barril de petróleo por dia nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 53,3% face ao período homólogo. Destes barris, a maior parte vem do Brasil. A exploração e produção representou um quarto do EBITDA, os resultados operacionais, da empresa até Junho: 215 milhões de euros (de 844 milhões, no total).


18,24% - A subir, mas com mais potencial para valorizar em bolsa

A Galp Energia é uma das cotadas que apresenta melhor desempenho na bolsa portuguesa. Soma 16,96%. Está a negociar a 9,861 euros, mas os analistas que acompanham os títulos acreditam que vale mais. A avaliação média dos "targets" atribuídos pelos 23 especialistas compilados pela Bloomberg é de 11,66 euros, ou seja, 18,24% acima do valor actual.

Há quem diga que vale mais: o Barclays tem o preço-alvo mais elevado, de 15 euros, elegendo a cotadas portuguesa como uma das apostas. Tem uma recomendação de "overweight", ou seja, de "comprar". É um dos sete bancos que faz esta recomendação, havendo mais 14 que dizem para "manter". Só há um analista, do JPMorgan, que aconselha a "vender".

A evolução das acções desde a estreia em bolsa:

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