Está a ser um arranque de ano marcado por uma forte volatilidade. Mas no sobe e desce, os ganhos estão a levar a melhor. A bolsa nacional regista o melhor arranque desde 2013 com uma das maiores subidas mundiais em Janeiro. Brilha entre as principais praças europeias que conseguiram o melhor desempenho num primeiro mês do ano desde 1989.

Lisboa já chegou a ser a bolsa que mais sobe no mundo, chegando ao final do mês com um ganho de 7,2%. Pôs fim a uma série de nove meses de queda, beneficiando do desempenho positivo de títulos como a Jerónimo Martins  e a Galp. Mas a liderar os ganhos esteve a Altri que subiu 23,6%, num mês em que o PSI-20 foi palco de fortes quedas de empresas como a PT (-27%), mas também da banca, com o BPI a perder 18,7%  e o BCP a recuar 4%.

"Este desempenho é explicado pela menor ponderação no índice de empresas como  a PT, BCP ou BPI, o que significa que empresas como a Jerónimo Martins, CTT ou EDP têm um maior peso no índice", adianta Pedro Lino. "Com a descida das taxas de juro e do risco de Portugal, associado à intervenção nos mercados do BCE, os investidores procuram empresas que beneficiem com as taxas de juro baixas", acredita o administrador da Dif Broker.

O ganho registado pelo PSI-20 é o maior num início de ano desde 2013. "O arranque forte do PSI-20 deve-se à envolvente macroeconómica favorável, com o BCE a lançar um programa de compra de dívida pública e a descida do euro e do petróleo a melhorarem a posição competitiva de várias cotadas", diz Steven Santos, gestor da XTB. Mario Draghi deu uma injecção de confiança aos mercados que permitiu valorizações às bolsas europeias. O Stoxx 600 subiu 7%, o melhor início de ano desde 1989.

"Nos próximos meses deveremos assistir à continuação da recuperação das cotações, nomeadamente de empresas que irão distribuir dividendos elevados, tendo em conta o ambiente de baixas taxas de juro nos próximos anos", frisa Pedro Lino.