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Kodak anuncia uma nova moeda digital e acções mais do que duplicam
As acções da Eastman Kodak estão a disparar na bolsa nova-iorquina, depois de a empresa que foi em tempos líder no mercado da fotografia ter anunciado a entrada no "comboio das criptomoedas".
A norte-americana Eastman Kodak anunciou esta terça-feira, 9 de Janeiro, que está a lançar uma criptomoeda chamada KodakCoin, para fotógrafos, que estará integrada na KodakOne – uma plataforma de gestão de direitos de imagem gerida em parceria de licenciamento com a Wenn Digital, avançou a Reuters.
A reacção no mercado foi de euforia. A meia hora de fechar a sessão, as acções seguiam a disparar 127,20% para 7,10 dólares. Encerraram depois a escalar 117,60% para 6,80 dólares.
A oferta inicial de moeda para a KodakCoin, a par com a plataforma KodakOne, terá início a 31 de Janeiro, segundo o website noticioso Bezinga.
A plataforma KodakOne usa tecnologia blockchain, a base da bitcoin e de outras moedas digitais que surgiram nos últimos tempos e que fizeram recear uma bolha nos preços, recorda a agência noticiosa britânica.
De facto, muitas empresas estão a navegar a onda das moedas digitais, em especial a fulgurante subida que a bitcoin registou em 2017. Em finais do ano passado, segundo uma compilação da Reuters, imensas empresas viram as suas acções escalarem em bolsa muito à conta de passarem a ter palavras como "cripto" ou "blockchain" nos seus nomes.
"Blockchain", na tradução literal, é uma ‘corrente de blocos’ que é actualizada sempre que se realiza uma nova transacção e todos os sistemas ligados à rede tem acesso a essa rede, de forma a validar um item e impedir que ele seja vendido duas ou mais vezes.
E porquê uma moeda digital para fotógrafos?
A tecnologia blockchain da KodakOne providenciará um registo digital de titularidade de direitos, onde os fotógrafos poderão registar o seu trabalho de modo a ser licenciado através de transacções em KodakCoin.
A plataforma protegerá o IP das imagens registadas, monitorizará a Internet para detectar utilizações não autorizadas e gerirá o pagamento pós-licenciamento, segundo o Bezinga.
Aquela que já foi a maior empresa de material fotográfico acabou por se ver fora desse ramo de negócio com o surgimento da fotografia digital, e acabou por entrar com um pedido de protecção contra credores, ao abrigo da lei de falências dos EUA, em 2012. No ano seguinte, teve aprovação judicial para sair da falência e assumiu-se como uma empresa de menor dimensão na imagem digital, decidida a especializar-se em impressão. Em 2015, anunciou o seu lançamento no segmento dos smartphones.
Em 2016, a Kokak apresentou na Feira de Tecnologia de Consumo de Las Vegas a sua nova câmara de filmar Super 8, que grava em cartuchos de película de três minutos - mas, apesar de o visual ser vintage, vem equipada com tecnologia moderna.
(notícia actualizada às 21:14)