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Goldman: Economia global vai sofrer um choque nunca visto

O gigante de Wall Street alerta que as ações ainda podem voltar às quedas, com a economia a enfrentar um choque "nunca visto".

As bolsas mundiais viveram um dos piores trimestres da sua história, arrastadas pelo surto do novo coronavírus.
Justin Lane/EPA
16 de Abril de 2020 às 12:55
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O Goldman Sachs acredita que os mercados acionistas já não voltarão a tocar nos mínimos registados em março. No entanto, o gigante de Wall Street destaca que as bolsas podem cair dos níveis atuais e o ambiente vai permanecer volátil, com a economia global a enfrentar "um choque nunca visto".

 

Depois de um mês de março muito negativo, marcado por quedas históricas, as bolsas mundiais têm estado a afastar-se dos mínimos registados a 23 de março, com valorizações expressivas. Ainda que acredite que as ações "provavelmente já bateram no fundo em 2020", Peter Oppenheimer não descarta novas descidas nos mercados acionistas.

 

"Ainda há risco de quedas, mas a escala da resposta à crise (de bancos centrais e governos) e a descida das novas infeções reduz os riscos", explicou o responsável pela estratégia global de ações do Goldman Sachs, numa conferência online com jornalistas. O especialista acredita mesmo que a conjugação destes dois fatores, estímulos orçamentais e monetários e descida do número de novas infeções, poderão dar confiança aos investidores, sustentando uma recuperação na segunda metade do ano.

 

Travão a fundo na economia

 

Já na economia – os mercados tendem a antecipar entre seis a nove meses o que vai acontecer – as perspetivas para este ano são bem menos animadoras. "O choque económico vai ser muito severo. Vai ser um choque nunca visto", antecipa Peter Oppenheimer. De acordo com as perspetivas do Goldman Sachs, a economia vai atingir o pico no segundo trimestre, podendo mostrar alguns sinais de recuperação na segunda metade do ano, caso os números da pandemia continuem a mostrar uma evolução positiva.

 

A expectativa do banco de investimento é que a economia global contraia 11% no segundo trimestre do ano, face ao período homólogo. Em termos anuais, a previsão do Goldman aponta para uma quebra da atividade económica de 1,5% em termos globais. Nos EUA a contração deverá ser de 6,2% e na Zona Euro de 9%, com Itália a contrair 11,6%. Já a economia chinesa deverá cair 3% no ano, de um crescimento de 6% em 2019.

 

"Estes números são muito severos mas vamos ter uma recuperação sequencial na segunda metade do ano, com a infeção a abrandar" e crescimento global de 6,2% em 2021 e superior a 9% em 2022, nota o responsável pela estratégia de ações do banco americano. A recuperação, na opinião do Goldman Sachs, será rápida, mas Oppenheimer nota que parte de uma base muito baixa, pelo que a atividade vai continuar baixo por um longo período.

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