Notícia
Farfetch passa no teste da estreia e dispara mais de 40%
A empresa fundada e liderada pelo português José Neves fechou a valer 28,35 dólares no dia de estreia na Bolsa de Nova Iorque.
A Farfetch, empresa que vende produtos de luxo online, encerrou o seu primeiro dia de negociação na Bolsa de Nova Iorque a valer 28,35 dólares.
Este valor corresponde a uma valorização de 41,75% face aos 20 dólares a que foram vendidas durante a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) – que já na altura foi um preço superior ao esperado –, o que atribui à nova cotada um valor de mercado de 8,24 mil milhões de dólares.
We look good in black
— NYSE (@NYSE) 21 de setembro de 2018
Congrats to @farfetch and CEO @Farfetch_jose on officially becoming a public company traded on the NYSE pic.twitter.com/gIqXmuX6vM
Recorde-se que foram vendidas 44,2 milhões de acções no IPO, tendo a Farfetch encaixado 885 milhões de dólares (754 milhões de euros) nessa operação.
As acções arrancaram a sessão de hoje nos 27 dólares, o que traduzia uma valorização de 35% face ao preço a que foram vendidas. A partir daí foi sempre a subir e chegaram a escalar 53%.
O último preço previsto para a venda das acções era entre 17 e 19 dólares por cada uma, isto já depois do valor ter sido revisto em alta devido à elevada procura, porque inicialmente a empresa liderada por José Neves tinha como objectivo entrar em bolsa a valer entre 15 e 17 dólares.
And @Farfetch officially becomes a public company, opening at $27.00 and raising $884m (NYSE: $FTCH) pic.twitter.com/mWrAmlRHj2
— NYSE (@NYSE) 21 de setembro de 2018
José Neves, de 44 anos, detém 14,8% da Farfetch, pelo que a sua posição está avaliada num máximo de 1,21 mil milhões de dólares (pelo valor de fecho de hoje, o que corresponde a 1,03 mil milhões de euros).
O IPO traduziu-se numa subida considerável na fortuna de José Neves, que surgiu em nono lugar no ranking dos mais ricos de Portugal elaborado pela Forbes em Julho. Nessa altura, o empresário de Guimarães tinha um património avaliado em 689 milhões de euros, de acordo com a publicação.
O comissário europeu da Ciência e Inovação, Carlos Moedas, congratulou-se num tweet com esta estreia em bolsa da Farfetch, dizendo que "hoje é um dia especial".
Há inovação de grande qualidade em . E a inovação não se reduz aos unicórnios. Mas hoje é um dia especial. Ver a nossa bandeira na @NYSE ao lado do nome @Farfetch enche-me de orgulho. A inovação de qualidade não tem fronteiras, não tem limites. Parabéns @Farfetch_jose pic.twitter.com/om2VTcBtI3
— Carlos Moedas (@Moedas) 21 de setembro de 2018
Ainda longe dos lucros
Ainda que a bolsa estivesse no horizonte da empresa que vende bens de luxo, a decisão de dispersar capital no mercado accionista surgiu meses depois de a Farfetch ter fechado uma parceria com o grupo Chalhoub, que opera também no segmento de luxo no Médio Oriente.
De acordo com o documento apresentado no passado dia 20 de Agosto, a Farfetch tinha 935.772 clientes activos a 31 de Dezembro, um aumento de quase 44% face ao ano anterior.
No primeiro semestre deste ano, a Farfetch registou perdas de 68,4 milhões de dólares, um agravamento de 133% face ao período entre Janeiro e Junho de 2017.
Assim, a companhia avança para o mercado antes de conseguir obter lucros. Mas os prejuízos não são um entrave para estas empresas, que conseguem atrair rondas de investimento privado, antes da estreia em bolsa.
O Goldman Sachs, JPMorgan, Allen & Co e o UBS foram os responsáveis pela operação de entrada em bolsa.