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Farfetch dispara 35% na estreia em bolsa
As acções da Farfetch estrearam a valer 20 dólares e dispararam logo a seguir para os 27 dólares.
A empresa fundada e liderada pelo português José Neves vendeu as acções na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) a um preço superior ao intervalo previsto. Cada título foi alienado por 20 dólares cada. E foram vendidas 44,2 milhões de acções.
O último preço previsto para a venda das acções era entre 17 e 19 dólares por cada uma, isto já depois do valor ter sido revisto em alta devido à elevada procura, porque inicialmente a empresa liderada por José Neves tinha como objectivo entrar em bolsa a valer entre 15 e 17 dólares.
Foi no passado dia 20 de Agosto que a empresa de artigos de luxo entregou os documentos com o objectivo de cotar na bolsa de Nova Iorque, não tendo sido revelados, na altura, mais pormenores sobre a operação.
A estreia é esta semana e uma vez que a operação ocorre nos EUA é praticamente impossível aos investidores nacionais participarem na operação.
"Os investidores nacionais podem aceder ao IPO desde que tenham conta num intermediário financeiro que lhe permita essa participação, sujeitando-se ao rateio que vier a existir. No entanto, o cenário mais habitual é que os investidores nacionais só venham a negociar após a entrada em bolsa", explicou em Agosto ao Negócios o analista Pedro Oliveira, da sala de mercados do Banco Carregosa.
Ainda longe dos lucros
Ainda que a bolsa estivesse no horizonte da empresa que vende bens de luxo, a decisão de dispersar capital no mercado accionista surgiu meses depois de a Farfetch ter fechado uma parceria com o grupo Chalhoub, que opera também no segmento de luxo no Médio Oriente.
De acordo com o documento apresentado no passado dia 20 de Agosto, a Farfetch tinha 935.772 clientes activos a 31 de Dezembro, um aumento de quase 44% face ao ano anterior.
No primeiro semestre deste ano, a Farfetch registou perdas de 68,4 milhões de dólares, um agravamento de 133% face ao período entre Janeiro e Junho de 2017.
Assim, a companhia avança para o mercado antes de conseguir obter lucros. Mas os prejuízos não são um entrave para estas empresas, que conseguem atrair rondas de investimento privado, antes da estreia em bolsa.
O Goldman Sachs, JPMorgan, Allen & Co e o UBS são os responsáveis pela operação de entrada em bolsa.