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Direitos da Sonae Indústria afundam mais de 50% para 0,5 cêntimos

A negociação em forte queda dos direitos de subscrição da Sonae Indústria continua a penalizar as acções, que esta quinta-feira estiveram a desvalorizar mais de 20%.

Miguel Baltazar/Negócios
13 de Novembro de 2014 às 12:35
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Os accionistas da Sonae Indústria continuam a exercer uma forte pressão vendedora nestes títulos, que esta quinta-feira estão a recuar mais de 50% e já negoceiam abaixo de 1 cêntimo.

 

Os direitos estão a descer 57,11% para 0,52 cêntimos, tendo negociado num mínimo de 0,5 cêntimos. Esta é a terceira sessão de negociação dos direitos em bolsa, sendo que a tendência tem sido sempre de forte queda, um sinal que os accionistas estão a vender estes títulos em bolsa por não quererem participar no aumento de capital.

 

Na terça-feira os títulos abriram a negociação nos 2,81 cêntimos e desde então já afundaram mais de 80%. Apesar de cada direito conferir a possibilidade de subscrever 107,1428571 novas acções da Sonae Indústria por 1 cêntimo cada uma, numa altura em que as acções negoceiam acima dos 2 cêntimos, os investidores estão a optar por vender estes direitos.

 

"Muitos pequenos investidores estão a desfazer-se dos direitos para não terem de reforçar o investimento na acção", diz Steven Santos. "A forte venda de direitos sugere que os pequenos investidores decidiram assumir perdas e abandonar este título", remata o gestor da XTB.

 

À cotação em bolsa dos direitos corresponde um valor teórico da acção de 1 cêntimo (precisamente o valor de subscrição das novas acções). Na bolsa as acções estão a ser pressionadas por este desequilíbrio, apesar de apresentarem uma cotação bem superior. As acções caem 14,4% para 2,31 cêntimos e já afundaram 24,81% para 2,03 cêntimos.

 

"As acções da Sonae Indústria estão a convergir muito lentamente para o preço da emissão", diz Steven Santos. "Alguns dos accionistas mais antigos poderão estar a reforçar a compra de acções para reduzir progressivamente o preço médio, o que estará a impedir uma convergência abrupta para o preço da emissão", acrescenta. "A cotação deverá ajustar de forma mais violenta quando as novas acções entrarem à negociação, anulando estes ganhos teóricos", diz Pedro Lino. 

 

Accionistas vendem direitos

 

Os direitos de subscrição chegaram a valer, com base na cotação das acções, mais de quatro euros, cada. Com a emissão de 15 mil milhões de novas acções, o aumento de capital provoca um forte efeito de diluição para os accionistas que decidirem não acompanhar a operação, mas também a um investimento avultado para quem quiser subscrever novas acções. Uma simulação com uma carteira de 10 mil acções permite ilustrar este esforço que está a ser exigido aos accionistas, razão pela qual muitos estão a vender os direitos de subscrição.

A 30 de Outubro, dia que a Sonae Indústria anunciou o aumento de capital, as 10 mil acções estavam avaliadas em 3.530 euros. Se não as vendeu, tem agora 10 mil acções avaliadas em 270 euros (tendo em conta cotação de fecho de quarta-feira), mais 10 mil direitos que possibilitam a subscrição de 1.071.429 novas acções. Como cada uma custa um cêntimo, este pequeno accionista terá de investir 10.714 euros. Um montante que representa mais de três vezes o valor da sua carteira a 30 de Outubro. Face ao valor actual da carteira, o investimento necessário é 35 vezes superior.

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