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Como investidores e analistas estão a digerir a montanha de resultados em Lisboa

Depois da apresentação de resultados, na quinta-feira, a Altri já atingiu mínimos de Dezembro enquanto a Cofina chegou a afundar quase 7%. BCP, EDP e REN também seguem no vermelho.

28 de Julho de 2017 às 12:15
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O dia mais preenchido desta época de resultados está a ser seguido por uma sessão de perdas generalizadas na bolsa nacional, com as acções a reagirem às contas trimestrais anunciadas.

Das sete cotadas portuguesas que apresentaram os seus números após o fecho do mercado, na quinta-feira, só a Impresa e a Novabase escapam às quedas.

Cofina recua mais de 4%

A mais pronunciada é mesmo da Cofina (não pertence ao PSI-20), dona de publicações como o Jornal de Negócios, o Record e o Correio da Manhã. Os títulos estão a afundar 4,36% para 41,7 cêntimos, depois de a empresa ter revelado que os seus lucros caíram 69,3% no primeiro semestre para 718 mil euros, penalizados pelos custos de reestruturação, que atingiram os dois milhões de euros.

Numa nota de análise, o CaixaBI destaca que os resultados do grupo "continuam fracos", mantendo "a tendência de descida" dos últimos anos, especialmente no segmento das revistas. Os analistas referem ainda que a redução de custos registada "não é suficiente" para compensar a descida das receitas que se fixaram em 44 milhões de euros. Este valor ficou 5% abaixo das estimativas do BPI que, na sua análise aos resultados destaca ainda o resultado líquido 89% abaixo do esperado.

No início da sessão, os títulos chegaram a afundar um máximo de 6,88% para 40,6 cêntimos.

BCP desce apesar de resultados acima do esperado
Mal recebidos pelo mercado foram também os números do BCP que, apesar da subida no início da sessão, rapidamente inverteu para o vermelho. Nesta altura, as acções recuam 2,73% para 24,6 cêntimos, tendo já tocado em mínimos de duas semanas nis 24,25 cêntimos.

Isto apesar de os resultados terem ficado acima do esperado pelos analistas do CaixaBI que elogiam as contas apresentadas pelo banco liderado por Nuno Amado. Depois de um prejuízo de 197,3 milhões de euros no primeiro semestre de 2016, o banco fechou os primeiros seis meses deste ano com lucros de 89,9 milhões de euros.

"Ainda que continuando a apresentar um baixo nível de rentabilidade, é nosso entendimento que o BCP divulgou um conjunto de resultados positivo", refere a unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos. "A evolução recorrente das principais variáveis manteve-se positiva no segundo trimestre, confirmando o nosso investment case. Essa dinâmica foi visível no crescimento das principais linhas de receitas, na estabilização do custo do risco de crédito e na redução significativa do stock de activos problemáticos".

 

A melhoria da qualidade dos activos também é sublinhada pelo BPI, numa nota de análise, onde os analistas referem que os resultados do BCP ficaram "acima" das expectativas, devido às receitas superiores ao esperado.  

 

Energia no vermelho
O dia de ontem também ficou marcado pela apresentação dos resultados de duas cotadas do PSI-20 do sector da energia: a EDP e a REN.

 

Para o CaixaBI, os resultados da eléctrica liderada por António Mexia "não apresentaram surpresas". A empresa viu os seus lucros descerem 5% para 450 milhões de euros no primeiro semestre, penalizados por "um contexto internacional muito mais severo, marcado por uma baixa produção hídrica e preços spot muito elevados".

 

Já o Haitong e o BPI sinalizam nas suas análises que o EBITDA de 892 milhões de euros relativo ao segundo trimestre ficou em linhas com as suas estimativas, não sendo de prever uma reacção significativa do mercado.

 

Os títulos da EDP descem 1,87% para 2,945 euros, enquanto os da REN caem 1,87% para 2,722 euros. No entanto, já chegaram a afundar 4,47% para 2,65 euros, o valor mais baixo desde 22 de Março.

 

Na companhia comandada por Rodrigo Costa, a melhoria dos resultados financeiros ajudou os lucros da empresa a subirem 30% nos primeiros seis meses deste ano para um total de 53 milhões de euros. Já o EBITDA cresceu 1% para 242,7 milhões de euros. 

 

Considerando apenas o segundo trimestre, os lucros totalizaram 39 milhões de euros, 2% acima das estimativas do BPI, enquanto o EBITDA se fixou em 119 milhões, 1% abaixo do esperado pelos analistas.

 
Altri em mínimos de Dezembro

Por fim, a Altri desce 1,93% para 3,866 euros, depois de a papeleira ter anunciado que registou um resultado líquido de 24,4 milhões de euros no segundo trimestre, o que traduz um aumento de 61,7% face ao período homólogo. No início da sessão, os títulos tocaram em mínimos de Dezembro do ano passado, com uma desvalorização de 2,84% para 3,83 euros.

 

Para o CaixaBI, os resultados ficaram "acima das expectativas", nomeadamente ao nível do EBITDA que subiu 30,5% em relação ao mesmo período do ano passado. "O mercado da pasta continua a evidenciar sinais de robustez embora a subida do euro face ao dólar possa limitar as margens operacionais das empresas de pasta", referem os analistas.

 

Novabase valoriza após resultados "positivos"

A contrastar com as perdas da maioria das cotadas que revelaram ontem as suas contas, a Novabase e a Impresa seguem a negociar com sinal verde.

 

A Novabase ganha 0,98% para 3,18 euros, depois de ter revelado que fechou o primeiro semestre de 2017 com um lucro de 3,9 milhões de euros, 41% acima dos 2,8 milhões registados em igual período do ano passado.

 

Os resultados foram "positivos" para o CaixaBI, dando suporte à recomendação de "acumular" e o preço-alvo de 3,45 euros, 8,4% acima da cotação actual.

 

"As operações da Novabase comportaram-se positivamente no primeiro semestre, registando crescimento de vendas e expansão de margens", sublinham os analistas do CaixaBI. "A empresa perdeu dimensão com a venda da IMS mas os resultados semestrais começam a demonstrar que a Novabase manteve a base do seu modelo de negócio, com foco no crescimento, suportado por uma oferta de produtos de valor acrescentado".

 
Impresa sobe apesar de resultados "negativos"

A Impresa, por seu lado, soma 3,46% para 32,9 cêntimos, tendo chegado já a disparar 5%. A dona da SIC anunciou ontem que registou lucros de 2,8 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, depois dos prejuízos apresentados nos primeiros três meses.

 

Ainda assim, este valor traduz uma quebra de 22,5% face ao período homólogo de 2016. "Os resultados da Impresa foram negativos sobretudo afectados pela diminuição das vendas (em particular receitas de multimédia) e por custos de restruturação", diz o CaixaBI.

 

Já o BPI salienta que as receitas ficaram 5% abaixo do esperado e os lucros 7% aquém. "Os resultados foram decepcionantes em termos operacionais mas muito positivos ao nível da geração de cash flow", referem os analistas, acrescentando, porém, que existem alguns riscos em manter as estimativas para o EBITDA de 19,6 milhões, e por isso não excluem uma revisão em baixa dos números. 

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