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BCP com lucros de 89,9 milhões no primeiro semestre

Depois do prejuízo de 197,3 milhões de euros no primeiro semestre de 2016, o BCP apresentou um lucro de 89,9 milhões no mesmo período deste ano. A queda dos custos superior ao produto ajudou. A diminuição das imparidades também.

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27 de Julho de 2017 às 17:58
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O Banco Comercial Português apresentou um lucro de 89,9 milhões de euros no primeiro semestre deste ano. O número, revelado pelo banco presidido por Nuno Amado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), compara com o prejuízo de 197,3 milhões no mesmo período do ano passado.

 

O resultado líquido de 89,9 milhões entre Janeiro e Junho compara positivamente com a estimativa do CaixaBI, que esperava um lucro ligeiramente inferior, na ordem dos 73 milhões.

 

Para que o banco tenha registado lucros contribuíram dois grandes factores: a quebra dos custos operacionais superou o deslize do produto bancário; e a diminuição das imparidades.

 
A subida da margem e a quebra do produto


A margem financeira (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) do banco subiu 12,9% no semestre, em termos homólogos. A evolução positiva deveu-se, por exemplo, à diminuição dos custos de financiamento do banco, que não teve de pagar os juros associados aos CoCos, já devolvidos ao Estado.

 

As comissões aumentaram 1,6% mas, no campo dos proveitos, o banco cujo principal accionista é a Fosun foi penalizado pelo facto de, no período homólogo, ter registado uma mais-valia de 91 milhões de euros, que não se repetiu neste período.

 

Assim, na soma de todos os indicadores, o produto bancário da instituição financeira deslizou 1% para se fixar em 1.048,8 milhões de euros. A queda do produto sentiu-se tanto na operação doméstica como na internacional.

 

Contudo, os custos operacionais desceram a um ritmo superior: 7% para 450,2 milhões. A rubrica que mais caiu foi a do pessoal, que afundou 11,8%, mas também os gastos administrativos recuaram, num período em que o banco tem vindo a implementar medidas de poupanças de custos, sobretudo na actividade nacional (caíram 12,5% em Portugal, aumentaram 2,8% no estrangeiro).

 

Imparidades caem para mais de metade

 

As imparidades de crédito afundaram 50,7% no primeiro semestre do ano para 305 milhões de euros. Segundo a instituição financeira, o número reflecte "uma tendência no sentido da normalização do custo de risco na actividade em Portugal, que favoreceu a melhoria do custo do risco do grupo, de 234 pontos base no primeiro semestre de 2016 para 118 pontos base em igual período de 2017".

 

Também no que diz respeito aos fundos de reestruturação empresarial o esforço de provisionamento foi mais baixo, o que também deu a sua ajuda para que o banco passasse de prejuízos, no primeiro semestre do ano passado, para lucros nos primeiros seis meses de 2017.

O BCP teve lucros de 1,6 milhões em Portugal e de 87,1 milhões na actividade internacional.

 

Crédito volta a recuar

 

Olhando para o balanço, o crédito continua a cair. O valor do crédito a clientes cifrou-se em 51.684 milhões de euros, o que reflecte uma quebra homóloga de 2,4%. Este valor foi penalizado pelo segmento de particulares, cujo crédito cedeu 1,8%, e de empresas, que perdeu 3%. No caso dos particulares, o crédito à habitação, o mais significativo, recuou 3,3%, mas os empréstimos ao consumo aumentaram 8%.

 

O crédito vencido há mais de 90 dias representava, no final de Junho, 6,4% do crédito total, havendo uma cobertura de 110,1% desta mesma componente.

 

No campo dos recursos depositados pelos clientes no banco, o indicador fixou-se em 50.636 milhões no final do semestre, uma subida de 3,8%.

 

Já os rácios de capital melhoraram: o Common Equity Tier 1, que mede o peso do melhor capital na instituição, foi de 11,3% em Junho de 2017, acima dos 9,7% do mesmo mês do ano passado (segundo as novas regras bancárias totalmente implementadas). Os aumentos de capital feitos pelo banco, com a entrada de novos accionistas, deram um contributo para este valor, a par dos "resultados líquidos positivos gerados e [d]os contributos favoráveis das reservas de justo valor e das reservas cambiais".

(Notícia actualizados às 18:28 com mais informações)

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