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Buffett vende 30% da sua participação na IBM
O famoso investidor confirmou que alienou 30% da sua participação na IBM. “Não avalio a IBM da mesma maneira que o fazia há seis anos, quando comecei a investir”, disse.
Em meados de Abril, a IBM apresentou os seus resultados relativos ao primeiro trimestre. O volume de negócios caiu, com sucede há 20 trimestres. A facturação da IBM no trimestre fiscal terminado a 31 de Março, caiu 2,8% face ao trimestre homólogo de 2016, para 18,2 mil milhões de dólares. Os analistas apontavam para um volume de negócios de 18,4 mil milhões de dólares em média. Os lucros, que incluem itens extraordinários, foram de 1,75 mil milhões de dólares, representando uma descida de 13% face ao período de Janeiro a Março do ano passado.
Estes números podem ajudar a explicar o motivo pelo qual Warren Buffett, famoso investidor e CEO da Berkshire Hathaway, já não vê a tecnológica com os mesmos olhos que a via quando começou a apostar na tecnológica. "Não avalio a IBM da mesma maneira que o fazia há seis anos, quando comecei a investir… reavaliei-a um pouco abaixo", disse à estação norte-americana CNBC. "Quando as acções ficaram acima dos 180 dólares vendemos uma quantidade razoável de acções".
E essa "quantidade razoável" foi 30% de uma carteira que, no final do ano passado, contava com 81 milhões de títulos, de acordo com a mesma fonte. O investidor garantiu, no entanto, que a Berkshire Hathaway mantém uma posição composta por mais de 50 milhões de acções e que pararam as vendas quando as acções começaram a negociar abaixo dos 160 dólares (esta quinta-feira a IBM fechou a subir 0,26% para 159,05 dólares).
Buffett defendeu ainda à CNBC que o desempenho da IBM não correspondeu aquilo que tinha sido traçado há seis anos. "Penso que, se olharmos para trás, para aquilo que estavam a projectar e como eles pensavam que o negócio se ia desenvolver, diria que eles se depararam foi com concorrentes muito difíceis". "A IBM é uma empresa forte e grande, mas que tem concorrentes que também são grandes e fortes", acrescentou.
Mercado de olhos postos em Omaha
A assembleia-geral de accionistas da Berkshire Hathaway está marcada para este fim-de-semana, em Omaha, no estado norte-americano do Nebraska. E o mercado vai de olhos postos nesta cidade norte-americana. Esta semana, a Bloomberg escrevia que a carreira de Warren Buffett é marcada por aquisições espectaculares que envolvem milhares de milhões. Mas 100 mil milhões de dólares? Mesmo para Buffett, seria muito dinheiro. Mas é disso que falam alguns investidores, analistas e fãs do mega-investidor.
Não há sinais imediatos no horizonte, porém o mercado está fixado na dimensão da liquidez da empresa da Berkshire Hathaway. Buffett gosta de empresas com fortes vantagens competitivas e lucros previsíveis no longo prazo, avançava a agência de informação. É por isso que companhias como Nike ou Costco podem atraí-lo, se os preços forem interessantes. Nenhuma delas indicou estar à venda – ou que ouviria de bom grado uma oferta de compra.
Nesse mesmo artigo era referido que o bilionário, além das receitas da empresa, tem acesso a outras fontes de recursos. Buffett indicou que pode vender activos na carteira de acções da Berkshire para financiar um negócio. Algumas dessas aplicações, como uma participação na IBM, avaliada em 13 mil milhões de dólares, podem ser liquidadas sem tributação pesada.