O BPI vai avaliar se avança com uma nova proposta para comprar o Novo Banco assim que as condições para a venda da instituição estejam definidas. De acordo com o Haitong, o interesse do BPI pelo Novo Banco estará dependente o preço.

Apesar de ter sido excluído da corrida à compra pelo Novo Banco no primeiro concurso lançado pelo Banco de Portugal para tentar vender o banco criado pela resolução do BES, o BPI admite que ainda poderá continuar interessado na compra do seu concorrente, desde que a um "preço justo", adianta o Haitong, numa nota em que fez o balanço da sua quinta Conferência Ibérica em Londres, onde marcaram presença o BPI e o BCP.

No encontro, onde as cotadas estiveram reunidas com investidores, o banco terá admitido, porém, que "tem menos visibilidade em relação ao apoio dos seus accionistas em relação a esta potencial transacção".

O BPI foi um dos candidatos que apresentou uma proposta para comprar o Novo Banco em Agosto, mas foi afastado da corrida devido ao baixo preço da oferta. O regulador acabou por adiar o negócio em Setembro, dado não ter chegado a acordo com nenhum dos potenciais compradores.

Foco de incerteza

A questão do Novo Banco tem estado a gerar preocupação junto dos investidores. Segundo o Haitong, os investidores que marcaram presença na conferência que decorreu nos passados dias 14 e 15 de Janeiro temem os efeitos negativos da recapitalização do Novo Banco para BPI e BCP.

Enquanto o BPI admitiu o interesse pelo Novo Banco, o BCP realça que a decisão do regulador de impor perdas nas obrigações seniores "pode ser negativa para o sentimento dos investidores e o acesso ao mercado do BCP".

O modo escolhido pelo regulador português para recapitalizar a instituição está a causar preocupações lá fora. Uma notícia avançada pelo Financial Times esta segunda-feira, 18 de Janeiro, diz que os bancos da periferia da Zona Euro estão a sofrer com a decisão portuguesa de seleccionar credores senior para recapitalizar a instituição.