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Caso Novo Banco avaliado pela banca internacional
Os grandes bancos internacionais estão reunidos em Londres para avaliar se houve incumprimento no caso das obrigações do Novo Banco que passaram para o BES. Um caso difícil pelos efeitos em cadeia que poderá ter noutros títulos de dívida.
O painel externo, constituído por grandes bancos internacionais, do Comité de Avaliação de Derivados de Crédito (ISDA) está reunido desde quarta-feira em Londres para decidir se o que aconteceu com as cinco linhas de obrigações do Novo Banco é classificado como um "evento de crédito". Ou seja, se se declara que o Novo Banco entrou em incumprimento na sequência da decisão do Banco de Portugal de passar para o BES uma parte da dívida sénior.
O caso do Novo Banco, que ditou perdas a grandes investidores com dívida da instituição, tem estado em análise desde 5 de Janeiro. Os efeitos de declarar oficialmente que houve incumprimento por parte do Novo Banco justificam os sucessivos encontros sem decisões e a convocação do painel externo do ISDA.
O encontro, que começou ontem e continua esta quinta-feira 21 de Janeiro e que é noticiado pelo DN, foi ditado pela ausência de uma maioria clara dentro do ISDA quando o caso foi pela primeira vez avaliado. Na primeira votação a maioria dos elementos do ISDA considerou que não se tratava de um evento de crédito mas os votos não foram suficientes para se tomar uma decisão. Foi depois decidido convocar um painel externo.
Porque está a decisão a ser tão difícil? A declaração de "evento de crédito" por parte do ISDA vai desencadear "cross defaults", ou seja, a possibilidade de solicitar o pagamento antecipado de outras linhas de dívida do Novo Banco. De acordo com o DN, são 50 linhas de obrigações, representando cerca de 18 mil milhões de euros. Uma situação que criaria problemas adicionais ao Novo Banco.
Durante esta semana em linha com a data da reunião do ISDA, dia 20 de Janeiro, ficou a saber-se que o Banco de Portugal vai compensar os investidores nesta dívida que passou para o BES. O montante da compensação corresponderá à diferença entre aquilo que perderiam se o BES tivesse sido dissolvido em Agosto de 2014 e aquilo que perderam agora com essas obrigações que o Banco de Portugal decidiu que afinal teriam de ser pagas pelo BES, o banco mau.
O ISDA reúne 15 instituições, sendo 10 grandes bancos grossistas e cinco gestoras de fundos. Na mesa estão o Bank of America, Barclays, BNP Paribas Citibank, Crédit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JP Morgan Chase, Morgan Stanley e Nomura. Estas instituições têm direito a voto. Mas haverá outras, sem esse direito, também na reunião de Londres, como o Mizuho, Société Générale, e fundos como a Pimco, a Cyrus Capital,a Citadel, entre outros.
(Notícia em actualizada às 10:33 com o penúltimo parágrafo)