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BPI: Compra da TVI “coloca Impresa sob pressão” mas pode oferecer “oportunidades”. Acções disparam

O valor a que a Media Capital vai ser comprada dá “uma referência positiva” para a Impresa. O negócio em questão “coloca a Impresa sob pressão”, mas também lhe pode oferecer “oportunidades para novas fontes de receitas”, considera o BPI.

Miguel Baltazar
14 de Julho de 2017 às 10:51
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A Meo, detida pela Altice, chegou a acordo com a espanhola Prisa para comprar a Media Capital por 440 milhões de euros. O preço final da operação está sujeito aos ajustes habituais, diz a Prisa, que estima poder receber 321 milhões de euros pela sua posição. 

 

Este negócio dá "uma referência positiva" à Impresa já que implica um rácio de EV/EBITDA de 2018 de 10,2 vezes e de 10 vezes face às estimativas para 2019. "A estes múltiplos, o valor da Impresa ronda os 41 milhões de euros e os 82 milhões de euros, o que compara com um valor de mercado actual de 63 milhões de euros", realça o analista Pedro Oliveira do BPI, numa nota publicada esta sexta-feira, 14 de Julho.

 

"Estrategicamente, esta operação coloca a Impresa sob pressão, já que um dos seus maiores clientes se vai transformar num concorrente e pode enfraquecer a sua posição", acrescenta o analista.

 

"Por outro lado, a necessidade de quer a Vodafone quer a Nos reagirem e investirem em conteúdos pode dar mais oportunidades para novas fontes de receitas", acrescenta.

 

E as acções da Impresa estão a reflectir esta perspectiva de "mais oportunidades", disparando mais de 14% para 0,429 euros. A dona da SIC continua assim a beneficiar da expectativa de mais mexidas no mercado de comunicação social, acumulando uma subida de 125,79% desde o início do ano. Apesar desta subida, as acções da Impresa não estão em máximos, tendo no final de Junho chegado a negociar nos 0,50 euros.

 

As subidas acentuadas das acções têm sido acompanhadas por volumes elevados. Só até às 10:26 desta sexta-feira já tinham trocado de mãos mais de 2,2 milhões de acções da Impresa, o que compara com uma média diária de 913 mil registada ao longo dos últimos seis meses.

 

A outra cotada de media portuguesa é a Cofina, dona do Negócios, que também está a subir em bolsa, ainda que de forma mais moderada. As acções avançam 1,48% para 0,411 euros, tendo chegado a avançar mais de 5% esta manhã. Já foram negociadas mais de 167 mil acções nas primeiras horas de negociação, quando a média diária dos últimos seis meses é de 154,5 mil. Desde o início do ano, as acções da Cofina acumulam uma subida de 58%.

Já a Media Capital, alvo da OPA, ainda não trocou qualquer acção, tendo negociado pela última vez no dia 26 de Junho. As acções valem 3,11 euros. A pouca liquidez das acções da dona da TVI está relacionada com o facto de a Prisa deter cerca de 95% do capital da empresa.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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