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Impresa dispara mais de 10% e Cofina valoriza após Altice comprar TVI

  As acções da Impresa e da Cofina estão a reagir em forte alta à oficialização da compra da Media Capital por parte da Altice, num negócio de 440 milhões de euros.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
14 de Julho de 2017 às 08:11
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Depois de muitas sessões em alta em reacção os rumores e notícias que davam conta que a Altice iria comprara a Media Capital, as acções da Impresa e da Cofina voltam a negociar em alta agora que o negócio é oficial.

 

A Impresa disparou um máximo de 13,56% para 0,427 euros no arranque da sessão e a Cofina valorizou 3,21% para 0,418 euros, com ambas as cotadas a reagirem ao negócio no sector dos media que foi oficializado esta manhã, com a Altice a confirmar a compra da Media Capital por 440 milhões de euros.

 

A Altice, além de ter acordado a compra dos 95% que a Prisa detêm na Media Capital, lançou uma OPA sobre o restante capital, oferecendo 2,5546 euros por cada acção, um valor que se encontra 18% abaixo da última cotação. A Media Capital, que tem uma reduzida liquidez na bolsa portuguesa, ainda não transaccionou qualquer acção, depois de na quinta-feira ter fechado a sessão nos 3,11 euros.

 

A Impresa tem sido a mais beneficiada com este movimento de aquisições nos media em Portugal, uma vez que os analistas acreditam que a Nos poderá responder à ofensiva da rival Altice e a companhia liderada por Pinto Balsemão é o alvo mais provável.

 

A Impresa acumula uma valorização de 121,05% este ano, apresentando uma capitalização bolsista de 70,6 milhões de euros. A Cofina (proprietária do Negócios) sobe 55,77% em 2017 e está avaliada em bolsa nos 41,5 milhões de euros.  

 

Nas reacções publicadas quando a Altice assumiu que estava a negociar a compra da dona da TVI, os analistas mostraram dúvidas quanto à criação de valor da compra de media por operadoras, mas destacaram que a Impresa seria um alvo.

 
"Assumindo como valido o cenário em que a Altice adquire a Media Capital, somos da opinião que uma nova disputa entre os operadores de Telecom por conteúdos possa intensificar-se", refere o CaixaBI, na nota diária emitida hoje, 14 de Julho.

No cenário de a Altice comprar a TVI, "a Nos será forçada a reforçar os seus investimentos nos conteúdos e não excluímos a possibilidade de a Impresa ser um alvo", afirmou Pedro Oliveira, analista do BPI, a 26 de Junho.

 

Já o Haitong duvida que a Nos entre nesta guerra, considerando que a empresa liderada por Miguel Almeida "pode sempre replicar" este modelo "através de outros operadores de media locais, nomeadamente através de acordos com produção de conteúdos sem a necessidade de comprar qualquer activo". O Haitong considera mesmo que a Nos não terá intenção de comprar qualquer empresa de media.

 

Ambos os analistas destacam também que o negócio de compra da TVI pela Altice poderá não ter racional.

 

"Tal como no caso dos conteúdos de futebol, não consideramos que a compra de uma operadora de televisão crie valor para o sector. Além disso, estamos cépticos sobre a estratégia de valor destes activos para as operadoras de telecomunicações", afirmou Pedro Oliveira.

 

Perspectiva semelhante tem o analista do Haitong, Nuno Matias, que diz "não perceber a lógica" deste tipo de operação, até porque a compra da Media Capital por parte da Altice "poderá resultar apenas na instabilidade no que respeita ao acesso aos conteúdos" de uma "forma desnecessária".  

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