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Bolsas e juros da dívida aliviam quedas
O Governo grego decidiu encerrar os bancos e introduzir controlo de capitais, a partir desta segunda-feira. Uma decisão que pesou logo na abertura dos mercados financeiros europeus. Contudo, as bolsas e os juros da dívida registam agora uma tendência menos negativa.
Após a abertura em forte queda, as principais praças europeias aliviaram ligeiramente a tendência com o decorrer da sessão. Com a incerteza em torno da Grécia como pano de fundo, o Stoxx 600, índice europeu de referência, recua agora 2,26% para 387,88 pontos, depois de já ter estado a afundar 3,24%. Ao mesmo tempo, os juros da dívida soberana da periferia sobem menos, do que no início desta segunda-feira.
O alemão DAX já esteve recuar 4,60%, tendo amenizado a tendência, para cair agora 3,33% para 11,109,45 pontos. Em forte queda está também o espanhol IBEX 35, que recua 3,79% para 10,942,10 pontos, bem como o italiano Mibtel (FTSE MIB), que perde 3,72% para 22.911,65 pontos. Menos penalizado está a ser o britânico FTSE, que cai apenas 1,59% para 6.646,61 pontos.
Mas a bolsa de Lisboa é a que mais cai esta segunda-feira, 29 de Junho, entre as principais congéneres europeias. Após ter estado a perder 6,16%, o PSI-20 desvaloriza agora 4,55% para 5.569,43 pontos, pressionado, principalmente, pelos títulos da banca. É que o BCP afunda por esta altura 8,51% para 7,74 cêntimos, ao passo que o BPI desliza 6,27% para 1,031 euros. Já o Banif recua 7,35% para 0,63 cêntimos.
Uma tendência que é verificada em toda a Europa. Entre as 600 maiores cotadas europeias, as 10 maiores quedas nesta segunda-feira são protagonizadas por títulos da banca. O destaque vai mesmo para a instituição liderada por Nuno Amado, que lidera as desvalorizações, sendo logo seguida, maioritariamente, por títulos espanhóis e italianos. Exemplo disso são as quedas do Banco Popular (-6,35%), Banca Monte dei Paschi (-6,85%), Banco Santander (-5,40%) e Banco Popolare di Milano (-5,27%).
No total, o índice que reúne as instituições financeiras que integram o Stoxx 600 afunda 3,23%. A queda mais acentuada entre os vários sectores europeus e a maior da banca desde 2011. Segundo a Bloomberg, esta tendência terá já retirado às instituições financeiras 40 mil milhões de euros em capitalização bolsista.
Estes desempenhos surgem após a decisão de Alexis Tsipras no domingo, 28 de Junho, de encerrar os bancos gregos até dia 7 de Julho. Também o mercado de capitais local ficará fechado até esse dia. Além disso, o Governo grego introduziu controlo de capitais, que restringe os habitantes do país a levantamentos bancários máximos de 60 euros por dia.
Mas esta decisão está também a pesar na moeda única, que desvaloriza 0,70% para 1,109 dólares. E a tendência já foi mais negativa, com o euro a tocar nos 1,0955 dólares.
Juros sobem menos
Tal como as bolsas, a tendência de subida nos juros da dívida soberana aliviou. A "yield" da dívida portuguesa a 10 anos sobe por esta altura 24,6 pontos base para 2,964%, após ter iniciado a sessão nos 3,111%.
Também em Espanha os juros estão a aliviar. A taxa a 10 anos avança 16,6 pontos para 2,276%, tendo iniciado a negociar esta segunda-feira nos 2,543%. Já a "yield" italiana a 10 anos sobe 17,5 pontos para 2,325%, após abertura da sessão acima dos 2,7%.
As excepções a estes desempenhos são a Alemanha e a Grécia. No caso germânico, os juros da dívida estão a cair em força, devido à aposta dos investidores nestes títulos de dívida enquanto activos refúgio. A "yield" a 10 anos cai 14,8 pontos para 0,774%, tendo estado a negociar nos 0,705%. Esta tendência divergente está a levar o "spread" entre as taxas de juro da dívida portuguesa e alemã a 10 anos para 213,12 pontos.
Por outro lado, a dívida grega apenas acentuou a tendência de subida. A "yield" a 10 anos sobe por esta altura 379,1 pontos base para 14,636%, após ter iniciado a sessão abaixo dos 12%. Mais significativa é a subida da taxa de juro da dívida grega a dois anos, que sobe 1.345,8 pontos base para 34,74%.