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Bolsa grega atenua perdas mas juros da dívida continuam a disparar
A praça de Atenas está a perder terreno mas a queda é menos intensa do que no arranque da sessão. Os bancos estão a cair fortemente, depois da vitória do Syriza nas eleições deste domingo.
À medida que a manhã avança, a bolsa grega vem aliviando as perdas que regista desde o início da sessão. Já o mercado de dívida continua sob forte tensão.
O índice ASE, que reúne as 60 maiores empresas helénicas, já esteve a perder mais de 5%. Segue agora a recuar 1,59% para os 827,05 pontos. É a uma reacção negativa mas que serve de correcção ao facto de, na sexta-feira, ter somado mais de 6% depois de anunciado o plano de compra de activos pelo Banco Central Europeu.
O índice grego cai devido à evolução da cotação dos bancos. O sector financeiro é o que está mais exposto a dúvidas quanto à ligação de Atenas com a Zona Euro, já que o Syriza quer dizer não às políticas impostas por Bruxelas. As incertezas trazidas pela chegada ao poder de uma força que nunca foi Governo e que se opõe ao ambiente de austeridade generalizado na Zona Euro estão a justificar a evolução negativa do sector. O Piraeus cai perto de 10%, o Eurobank cede 6% e o Alpha Bank e o Banco Nacional da Grécia recuam mais de 5%.
Ainda assim, a bolsa grega atenuou as perdas durante a manhã, período em que se foi sabendo que o Syriza já tem acordo para formar um Governo, já que os Gregos Independentes, do lado direito do espectro político, disseram sim a uma coligação.
Esta notícia não trouxe alívio para o mercado de dívida, que continua a verificar uma forte queda do valor das obrigações, reflectindo-se numa intensa subida das rendibilidades pedidas pelos investidores.
As taxas de juro associadas à dívida sobem em todos os prazos. Na maturidade a dez anos, a taxa sobe 51 pontos base (0,51 pontos percentuais) para os 8,9%.
O avanço das taxas de juro associadas à dívida acontece quando os investidores têm mais dúvidas quanto à capacidade de aquela dívida ser paga. Esta é uma reacção dos investidores tendo em conta que o Syriza refere que é necessário renegociar com os credores os termos de pagamento da sua dívida.
A vitória da força liderada por Alexis Tsipras foi superior à antecipada e ficou muito próxima da maioria absoluta (149 dos 151 assentos necessários) – o líder já anunciou que não vai entrar em ruptura com os credores da Grécia mas também lembrou que a Grécia votou contra mais medidas de austeridade.