A bolsa de Atenas inverteu a tendência negativa registada durante a sessão de hoje e fechou em alta. Foi na última hora e meia de negociação que o índice FTSE/Athens passou de um recuo superior a 3% para fechar a ganhar 1,48% para 247,02 pontos.

A inversão de tendência da praça de Atenas aconteceu depois do jornal grego To Vima avançar que Jean-Claude Juncker tinha proposto um plano para a Grécia e os seus credores chegarem a acordo.

Este plano incluiria uma redução dos objectivos orçamentais, com o excendente a passar de uma meta de 3% para 0,75% do PIB já este ano. Ao mesmo tempo, atira para depois do Verão as mexidas na taxa do IVA, assim como a revisão do sistema de pensões. 

O plano inclui também a transferência de 1,8 mil milhões de euros para a Grécia, dinheiro previsto no âmbito dos empréstimos a Atenas, mais 1,9 mil milhões de euros em lucros gerados pelas obrigações gregas compradas pelo Banco Central Europeu (BCE) em 2010 e mais 1,3 mil milhões de lucros gerados pelas obrigações helénicas que o banco central vai receber em Julho.

Mas, pouco depois, Bruxelas disse "desconhecer" tal plano, e o Governo grego desmentiu também que lhe tenha sido proposto algo nestes moldes.

"Não é possível confirmarm as notícias na imprensa sobre a proposta da Comissão Europeia para a Grécia. Desconhecemos esta proposta. Estamos a trabalhar para um acordo alargado", escreveu no Twitter a porta-voz comunitária, Annika Breidthardt. 

O grande impulso para a bolsa grega partiu da banca. O índice grego para este sector passou de um recuo superior a 5% para um ganho de 4,31% para 660,32 pontos na última hora e meia de negociação. Destaque para os ganhos do Eurobank (7,69%), Piraeus (6,98%) e National Bank of Greece (4,20%).

A banca helénica foi influenciada negativamente durante a sessão pela notícia da Bloomberg de que a banca grega está a ficar sem colateral para se financiar junto do Banco Central Europeu (BCE).

Apesar das notícias, o Governo de Alexis Tsipras veio negar a possibilidade dos bancos virem a impor perdas aos accionistas em caso de recapitalização, tal como sucedeu em Chipre.

"Não teremos uma solução como a de Chipre. Essa alternativa de ‘bail-in’ não existe", garantiu hoje o porta-voz do Executivo grego.

Pela sua parte, a Comissão Europeia disse hoje que os trabalhos técnicos entre a Grécia e os seus credores estão a progredir, mas a um "ritmo muito lento".

(Notícia actualizada às 16h13)