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BCP está 20% abaixo do preço máximo da Fosun

O banco liderado por Nuno Amado está a cair pelo sexto dia seguido. O BCP já desceu abaixo dos 1,20 euros. Há uma semana, o banco tinha negociado nos 1,35 euros. A Fosun não paga mais que 1,50.

Miguel Baltazar/Negócios
31 de Outubro de 2016 às 10:53
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"Preço de subscrição do aumento reservado não superior a €0,02 (com ajustamento decorrente do reverse stock split)". Esta é uma das condições anunciadas pela Fosun para que adquira 16,7% do Banco Comercial Português. A fusão de acções já aconteceu com a junção de 75 numa só. O valor ajustado é, portanto, de 1,50 euros (cotação a que se chega multiplicando os 2 cêntimos pelas 75 acções reagrupadas). Portanto, a Fosun não vai pagar nunca acima desta barreira.  

 

Contudo, esta é uma cotação longínqua para a actual realidade do BCP. Desde que a fusão de acções se concretizou, o banco tem apenas perdido terreno. Esta segunda-feira, depois dos cinco dias de quedas na semana passada, começou também com novos recuos.

 

O banco sob o comando de Nuno Amado (na foto) está hoje a cotar nos 1,2062 euros, perdendo 3,5% em relação ao fecho de sexta-feira. Na sessão desta segunda-feira, o BCP tem estado sempre em baixa, tendo inclusive descido mais de 4,5%. Foi nessa altura que cotou nos 1,1911 euros, descendo da barreira dos 1,20 euros pela primeira vez desde que implementou a fusão de acções.

 

O preço pago pela Fosun no aumento de capital que permitirá a entrada do grupo chinês no BCP é um dos aspectos que fazem parte das negociações exclusivas entre a comissão executiva do banco e o grupo que já detém em Portugal a Fidelidade e a Luz Saúde. Desde o dia em que foi anunciada a disposição para o investimento que foi colocado o tecto de 2 cêntimos (agora 1,5 cêntimos), a 29 de Julho, as acções nunca mais superaram aquele valor.

 

Hoje, os títulos do BCP voltam a descer acima da queda do índice PSI-20, que recua 0,56%, e da descida que se verifica no sector da banca europeia. A desvalorização do BCP tem acontecido apesar de as casas de investimento conferirem um potencial de valorização ao banco privado, com um "target" médio de 1,775 euros.

 

Neste momento, o banco aguarda o aval do Banco Central Europeu para que a Fosun possa, efectivamente, entrar na estrutura accionista e poder expandir, depois, a posição para até 30%.

 

No próximo dia 9 de Novembro, dois dias depois de divulgar os resultados dos primeiros nove meses do ano, o BCP terá uma assembleia-geral de accionistas onde serão votadas as propostas dos principais accionistas (Sonangol, Sabadell, EDP e InterOceânico) para subir o limite de votos de 20% para 30% e para aumentar o número máximo de administradores dos actuais 20 para 25 elementos, condições impostas pela Fosun para concretizar o investimento. 

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